Mais uma Páscoa diferente

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A Páscoa de 2021, se você já compreendeu o momento frágil pelo qual o mundo está passando, será uma Páscoa diferente. Os almoços em família serão ainda menores, muitos encontros serão virtuais, outros tantos serão em estado de solitude, no encontro consigo mesmo. Penso que esta será uma Páscoa especialmente difícil para os avós e tios avós, pois os mais velhos são ainda o grupo com maior risco de complicações pela COVID-19. Nesse tempo de cuidado extremo e necessário, a Páscoa será diferente para todos que gostam de celebrar a vida, mas compreendem o momento presente.

Escrevo esse texto pensando, de modo especial, nos avós e tios avós, mas também em tios, padrinhos, irmãos, filhos, sobrinhos. Nesta Páscoa, em que o distanciamento físico se faz ainda mais necessário, que tal puxar uma conversa por telefone, ou fazer uma chamada de vídeo, para contar uma história de Páscoa para os pequenos (ou, para os já crescidos)? Pode ser uma memória de algo que você tenha vivido. Só não vale aquele papo de que antigamente tudo era mais difícil. Afinal, esse último ano não foi fácil pra ninguém. Tem que ser uma história gostosa, que conecte seus queridos a você, que vá fortalecer os laços e produzir memórias afetivas.

Vale história inventada, vale colocar açúcar e confeitar a memória. O importante é o encontro e o significado do encontro, é partilhar o tempo, é dar valor para o que, de fato, é importante. Se faltar ideia ou repertório, eu vou dar uma mãozinha e contar como surgiram alguns dos símbolos mais divertidos da Páscoa.

Quando eu era criança, nas noites de lua cheia, ao olhar para a lua no céu, sempre enxergava a sombra de um coelho gordinho empurrando um carrinho de mão repleto de ovos de Páscoa. É bem verdade que o coelho é um mamífero e não coloca ovos. De onde saiu essa ideia de que o coelho traz ovos?! E qual a relação do coelho com a lua cheia?!
A Páscoa como a conhecemos é, com certeza, a maior festa cristã, mas sua origem antecede o nascimento de Jesus e muitos de seus símbolos têm origem em festejos pagãos. Na Idade Média, os povos pagãos europeus celebravam a entrada da primavera homenageando Ostera, a deusa da primavera, considerada também deusa da fertilidade na mitologia anglo-saxã, nórdica e germânica. Ostera era representada como uma jovem e bela mulher colorindo ovos, enquanto lebres pulavam alegremente sobre seus pés. Vem daí a origem dos ovos pintados, atualmente substituídos pelos ovos de chocolate. A figura a lebre também foi substituída mais tarde pelo coelho. Diz-se que a lebre de Ostera pode ser vista na face da lua cheia, que, assim como as lebres, é também um símbolo de fertilidade.

Agora, que você já tem várias ideias para puxar um dedo de prosa, vamos deixar a tristeza de lado e reinventar novos modos de celebrar a Páscoa em 2021. Se não dá para enlaçar com os braços quem você ama, enlace com histórias e memórias e faça florescer uma boa Páscoa.

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