“Até a Semana do Município, em julho, a Casa de Cultura já vai estar inaugurada. Ou até bem antes, conforme a situação evoluir, se o tempo ajudar”, declarou a secretária de Turismo, Cultura e Cidadania, Cleonice Medeiros, sobre a reforma da Casa de Cultura Marco Mallmann. Após receber as atividades da Chococande, o prédio — que é tombado como patrimônio histórico — permanece fechado para a realização de uma ampla renovação, tanto interna quanto externa. “Se fôssemos esperar o fim de toda a programação do município, não começaríamos ainda este ano. Como eu não aguentava mais ver essa Casa esfarelando sobre nossas cabeças, resolvi começar logo”, desabafa Cleonice.
A obra, iniciada em meados de março, está sendo executada com recursos próprios da secretaria. A secretária preferiu não divulgar os custos no momento. “Só vou falar em valores quando ela estiver concluída”, pontua. Ela destaca que os gastos podem variar bastante, principalmente por se tratar de uma construção antiga. “Mão de obra é sempre uma surpresa. Nunca é menos do que a gente pensa, sempre é mais. Tu começa a bater numa parede e já cai a outra”, comenta. Apesar dos desafios, Cleonice garante que já possui todos os recursos necessários para concluir o projeto de renovação.
Programação cheia
Diante da transformação do prédio, a secretária se mostra empolgada com a nova fase da Casa de Cultura. “Vamos inovar bastante com exposições”, antecipa. Para julho, mês de aniversário do município, a proposta é realizar uma mostra com foco no resgate da história de Candelária. A expectativa da secretária é manter o espaço aberto para visitação ao longo do ano, com uma agenda contínua de exposições para receber tanto moradores quanto turistas.
Um prédio secular que teve inúmeras funções
Situada na Avenida Pereira Rêgo, ao lado da Rua Coberta Suzana Couto da Silva, a edificação que hoje abriga a Casa de Cultura Marco Mallmann tem uma história que remonta ao século 19, anterior até mesmo à fundação oficial do município de Candelária. No passado, o prédio foi sede do Banco do Comércio, entre outros diversos usos que marcaram sua trajetória.
O professor Luciano Mallmann — irmão de Marco Mallmann, personalidade que dá nome ao espaço — é quem resgata a memória histórica do local. Ao longo do século 20, o prédio foi sede da Biblioteca Pública por décadas, funcionando também como espaço da Secretaria de Educação. Em seguida, passou a abrigar a Câmara de Vereadores. No final dos anos 1990, durante a gestão do então prefeito René Hübner, foi tomada a decisão de transformar o espaço em um centro cultural, oficialmente inaugurado em 1999.
Para definir o nome do novo espaço, foi realizado um plebiscito popular. A escolha da comunidade recaiu sobre Marco Mallmann, eternizando o nome na fachada de um prédio que testemunhou diferentes épocas e funções ao longo do tempo.
O projeto de ambientação do interior do centro cultural ficou a cargo dos arquitetos Lorena Gazalle e Erian Thieves dos Santos, que idealizaram um espaço voltado à valorização da cultura e da história local.