Oficialmente inaugurada em novembro de 2022, a Rota dos Dinossauros já desperta a curiosidade de ciclistas de diversas regiões do estado e do país para percorrer o trajeto que envolve os municípios do Centro-Serra e da Quarta Colônia. Foi o caso de Mateus Saurin, 40 anos. Natural de Uruguaiana, na fronteira-oeste, o ciclista atua como engenheiro elétrico na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, onde reside atualmente. Apaixonado pela prática do cicloturismo, Saurin pedala trajetos longos desde 2016 e já realizou a rota do Circuito Costa Verde e Mar, que abrange o litoral catarinense, entre Itapema e Piçarras e passa pelo interior dos municípios de Luis Alves e Balneário Camboriú, onde percorreu 270 km em quatro dias. A segunda viagem foi a rota entre Jaraguá do Sul e Florianópolis onde o ciclista priorizou trajetos em estrada de chão pelo litoral catarinense. “Gosto de fazer passeios de bicicleta aos finais de semana com preferência de visitar campings para acampar”, destaca.
Como está de férias na casa dos pais, que residem em Santa Maria, o ciclista decidiu vir conhecer a rota dos Dinossauros. “Fiquei sabendo da rota pelo noticiário em novembro. Algumas cidades eu já conhecia como São João do Polêsine, Dona Francisca e região da Quarta Colônia e outras que eu ainda não tinha passado como Ibarama, Candelária, Cerro Branco e Agudo. Me chamou a atenção que 95% da rota é estrada de chão e para mim são as melhores rotas por privilegiar a natureza e evita circular em rodovias, além da organização e divulgação do trajeto”, enfatiza.
O ciclista iniciou a rota na terça (3) e encerrou no sábado (5), totalizando cinco dias de pedalada na região. Ao avaliar a rota, Sauri destacou que ela é boa e bem organizada. “É uma rota que prioriza a natureza ao passar por plantações e mata nativa, sendo possível conhecer diversas cidades. Pude parar em diversas pousadas credenciadas ao roteiro por pessoas que estão preparadas para receber os cicloturistas e que me deram o apoio necessário”, contou.
Como a rota é recente, Saurin acredita que o trajeto pode ser melhorado com a instalação de mais placas indicativas em pontos mais críticos do roteiro. “Atualmente tem as placas principais e o mapa para quem usa o GPS por aplicativo. Talvez credenciar mais alguns pontos de apoio. É um percurso difícil em razão ao nível técnico e o cicloturista precisa estar bem preparado devido a alta elevação. São 330 quilômetros com 6 mil metros de elevação. Quem for levar material, tem uma carga adicional que causa ainda mais dificuldade para superar. Oriento a levar somente o necessário para que possa fazer o trajeto de forma tranquila”, frisou. Ao finalizar, o ciclista destaca que o cicloturismo é interessante e permite realizar a viagem devagar e observar mais coisas que não se observa de carro. “É legal por entrar em contato com as pessoas, passar por trilhas e realizar longos deslocamentos, sendo uma experiência positiva”, finalizou.
Nova rota está sendo debatida
Passeios pela rota como a do cicloturista Mateus Saurin têm se tornado constantes. Conforme o presidente do Conselho Municipal de Turismo de Candelária, Rafael Oliveira, que também é cicloturista, a procura pela rota dos Dinossauros tem sido boa e vem superando as expectativas. “É uma rota nova e não impulsionamos a divulgação. Estamos em fase de adequação com sinalização e pontos de apoio. Temos trajetos muito técnicos com lindas paisagens, mas com muita altimetria”, salientou, frisando que a rota passa por sete municípios e necessita que o ciclista tenha conhecimento técnico e tempo para concluir o percurso de forma completa. Oliveira confirmou que já está debatendo com a secretaria de Turismo, Cultura e Esporte a possibilidade de se criar uma nova rota, bem menor e no entorno de Candelária. “A ideia é privilegiar pontos turísticos do município e permitir que ciclistas que estão começando possam realizar a prática e conhecer o interior do nosso município”, frisou. A meta é criar essa nova rota ainda neste ano.
Confira a galeria de fotos realizadas pelo ciclista durante o passeio na região