O enfrentamento à violência doméstica em Candelária tem sido intensificado com ações mais rigorosas da Polícia Civil. Em uma semana marcada por novos casos, duas prisões preventivas foram realizadas, enquanto outras três seguem pendentes, uma vez que os suspeitos ainda não foram localizados — alguns deles sumiram para evitar a detenção.
Os casos mais recentes têm como fator comum o descumprimento de medidas protetivas determinadas pela Justiça, como o afastamento do lar e a proibição de contato com a vítima.
Uma das prisões ocorreu na tarde da última segunda-feira (2), durante uma audiência no Fórum da cidade. Um homem de 40 anos, com antecedentes por violência doméstica, foi preso por agentes da Delegacia de Polícia de Candelária por volta das 15h. A ordem de prisão preventiva foi expedida após o suspeito violar medidas protetivas. Os policiais já aguardavam no local e realizaram a prisão sem resistência. O indivíduo foi encaminhado ao Presídio Estadual de Candelária.
Horas depois, por volta das 20h30, a Brigada Militar prendeu um homem de 51 anos após ele ser flagrado tentando invadir a residência da ex-companheira, localizada na Rua Botucaraí. O suspeito danificou o portão da casa na tentativa de entrar no imóvel. O caso foi mais uma violação às medidas protetivas em vigor. Conduzido à Delegacia de Polícia pela Brigada Militar, ele teve a prisão preventiva representada pelo delegado Paulo Schirrmann e prontamente deferida pela Justiça. Ele foi encaminhado ao Presídio Estadual de Candelária, onde está à disposição da Justiça.
“Descumprimentos de medidas protetivas não serão tolerados”
Diante do aumento dos registros de violência doméstica em Candelária, especialmente no descumprimento de medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha, a Delegacia de Polícia de Candelária reforça seu posicionamento de tolerância zero com agressores.
O delegado titular, Paulo Schirrmann, salienta que todas as denúncias estão sendo tratadas com rigor, e que a resposta será imediata sempre que houver indícios de violação de ordens judiciais. “A Lei existe para proteger a vítima e precisa ser cumprida. Em todos os casos em que houver descumprimento de medidas protetivas, iremos representar pela prisão preventiva. A integridade física e emocional das mulheres está em jogo e precisa ser resguardada com seriedade”, declarou o delegado.
Schirrmann também destacou que a atuação da Polícia Civil tem se pautado em investigações rápidas, articulação com o Judiciário e um canal direto com as vítimas. “Estamos atentos, temos uma equipe preparada e contamos com o apoio da Justiça e da Brigada Militar para agir prontamente quando a mulher está em risco”, acrescentou.
Além das duas prisões efetuadas nesta semana, outros três mandados de prisão preventiva permanecem pendentes, e as diligências seguem em andamento para localizar os suspeitos foragidos. “A fuga do agressor não significa impunidade. Estamos no encalço e vamos cumprir todos os mandados expedidos”, reforçou Schirrmann.
REDE DE APOIO
A Delegacia também orienta as mulheres que se sintam ameaçadas a procurar imediatamente apoio, destacando a importância da denúncia como ponto de partida para quebrar o ciclo da violência. “Nosso compromisso é proteger. Mas para isso, precisamos que a vítima confie na rede de proteção e procure ajuda”, conclui.
Saiba mais
VIOLÊNCIA EM NÚMEROS
Segundo os Indicadores da Violência Contra a Mulher – Lei Maria da Penha – da Secretaria de Segurança Pública do Estado, Candelária registrou, em 2024:
63 casos de lesão corporal
97 ameaças
cinco estupros
um feminicídio
