
O que um avô e uma neta podem ter em comum? Além de semelhanças físicas e o carinho um pelo outro, Paula Thumé e Moacir Thumé, escolheram a mesma profissão para seguir: a de dentista. E para comemorar o dia desses profissionais, que se dedicam aos cuidados da saúde bucal, datado em 25 de outubro, o JC traz a história do avô e da neta, que desempenham a mesma profissão e dividem o ambiente de trabalho e até mesmo os pacientes. Dois profissionais de dois tempos distintos.
Moacir é dentista há 52 anos. Paula há quase dois anos. Formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no ano de 1966, Moacir, 74 anos, foi um dos primeiros dentistas formados a trabalhar em Candelária. Por ter poucos profissionais na época, ele e o já falecido Sérgio Amaral, além de mais dois ou três que exerciam a profissão, mesmo sem ter cursado universidade, o dentista conta que a procura por atendimento era muito grande e até o exaustava. “Chegava a atender 40 pessoas por dia”, conta o mais antigo profissional em atuação no município.
Já Paula, 23 anos, formou-se na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), no ano de 2017. Com quase dois anos de atuação na área escolhida, a jovem dentista de apenas 23 anos, já mira uma especialização em ortodontia. Segundo ela, a forte concorrência, a especialização em uma área específica é a saída para conseguir manter um consultório em funcionamento com tantos profissionais à disposição no mercado. “Está bem concorrido tanto aqui em Candelária como em Cachoeira do Sul, onde também atendo. Minha ideia é fazer uma especialização, pois as pessoas procuram muito para colocar aparelho dentário”, comenta.
Nessas mais de cinco décadas de atuação como dentista, Moacir conta que muita coisa mudou na profissão, mas algumas permanecem iguais de quando abriu seu consultório. “A extração e a anestesia são as mesmas de 50 anos atrás. A prótese é também praticamente a mesma coisa, só mudaram os materiais”. Apesar disso, muitas mudanças ocorreram, até mesmo a maneira como os pacientes enxergam o dentista. “Naquele tempo a gente fazia de tudo: extração, prótese, restauração, tratamento de canal. Não tinha para onde mandar”, lembra Moacir.
Para Paula, que cresceu no consultório de seu avô, o que mais mudou ao longo desses anos foi a parte estética. “Hoje um dentista não faz apenas extrações de dentes. Essa, na verdade, é a última coisa que a gente procura fazer. Primeiro, se tenta recuperar o dente”, destaca a dentista que afirma que a restauração é muito mais demorada do que uma remoção.
A importância da educação para prevenção
Muito mais do que procurar o dentista para reparar problemas está a importância de os profissionais praticarem também a educação em saúde. “Quando eu estava na faculdade, a gente ia às escolas ensinar escovação para as crianças para que desde pequenos aprendam cuidar de seus dentes. A educação também é preventiva para as pessoas não procurarem o dentista somente quando estão com dor”, comenta Paula.
Os profissionais alertam para os cuidados com a saúde bucal, pois é através da prevenção que podem ser evitadas inúmeras doenças e problemas nos dentes. Por exemplo, um dos principais problemas periodontal, a cárie, tem sua prevenção a partir de uma escovação correta, que é adquirida, através de hábitos rotineiros e assim evita problemas maiores.