Setor fumageiro é destaque em estudo

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Fumo representou mais de 7% das exportações do RS no ano passado. Foto: Matheus Haetinger/Arquivo JC

Um estudo elaborado a pedido do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) afirma que os municípios cuja presença do tabaco é relevante possuem melhores indicadores sociais. A conclusão é da análise “Relevância do setor do tabaco no Brasil”, de autoria da Tendências Consultoria Integrada. Por meio de dados públicos, foram avaliadas as condições de vida sob a ótica econômica e social.

A cultura fumageira está basicamente concentrada nos três estados do Sul do País. Juntos, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná detém 98% do cultivo nacional. Centenas de municípios dependem do produto para a geração de emprego e renda. Segundo levantamento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, realizado em 2016, os produtores da região Sul possuem uma renda média 64% superior ao conjunto da população geral desses mesmos estados e também do brasileiro.

Segundo dados do IBGE para o ano de 2017, o cultivo do tabaco mostra relevância dentro da renda do setor agropecuário brasileiro, com o seu valor total sendo da mesma ordem que o de culturas como o feijão, algodão, banana e arroz. Dentro da região Sul, os resultados são ainda mais expressivos, com a totalidade dos valores de produção do tabaco se equiparando ao de culturas como arroz, milho, além das carnes suína e bovina.

Exportações

No que tange ao mercado internacional do tabaco, o Brasil é o líder em exportações do produto desde 1993. De acordo com dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o volume de embarques brasileiros de tabaco passou de 409,5 mil toneladas para 462,2 mil toneladas entre 1997 e 2017, indicando crescimento médio de 0,6% ao ano. Quanto às receitas do setor, o avanço médio foi de 1,2% ao ano, passando de 1,7 bilhão de dólares em 1997 para 2,1 bilhões de dólares no ano passado.

É possível notar a grande importância do Sul no total exportado pelo país, com participação média de 99,4% entre 2008 e 2017. Dentre os estados, o Rio Grande do Sul se destaca como o que mais exporta tabaco da região – e sobretudo, do Brasil -, sendo responsável por 80,0% da quantidade embarcada pela região em 2017 e 79,4% do volume total de tabaco brasileiro enviado ao exterior. Bélgica, Estados Unidos e China foram os principais destinos dos embarques no ano passado.

Bons indicativos sociais

Ao avaliar aspectos de bem-estar social das cidades produtoras, foram levados em conta as bases de dados Datasus e Rais, referentes ao ano de 2016. A partir deles, o estudo destacou os baixos índices de mortalidade infantil e de homicídios, bem como o menor abandono escolar nos municípios que cultivam o tabaco em comparação com os demais. “A taxa de mortalidade infantil é um indicador síntese para mensurar uma série de outros aspectos, como saneamento básico e infraestrutura de saúde. Os resultados mostram que os municípios de alta especialização têm uma taxa de mortalidade infantil bem inferior ao restante do conjunto da população. Não só é baixo como também diminui num ritmo maior”, destaca Rocha.

Relevância da cultura tabagista em destaque. Foto: Matheus Haetinger/JC

Embora a violência e a criminalidade sejam problemas enfrentados em todo o país, o economista salienta que os estados sulistas apresentam taxas inferiores de homicídio em relação à média brasileira. O profissional sublinha os registros ainda menores em municípios de alta especialização no cultivo de tabaco apresentam índices ainda menores.
No que tange ao nível educacional dos produtores de tabaco, este é superior em relação ao dos demais produtores agropecuários do Brasil. Cerca de 58,5% dos trabalhadores da fumicultura possuem ensino médio completo, 33,7% ensino fundamental incompleto e outros 3,5% estudaram pelo menos até o oitavo ano. Para os demais trabalhadores rurais, essa porcentagem é de 33%, 43,8% e 15,9%, respectivamente. A avaliação levou em conta a taxa de abandono dos estudos, o que pode indicar, inclusive, a ocorrência

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