
Um incêndio foi registrado na manhã do último domingo (21) em uma estufa usada para secagem do fumo, localizada em Linha Lange, interior de Cerro Branco. Cerca de 40 arrobas de tabaco acabaram destruídas, além dos danos estruturais. A ocorrência foi atendida pelo Corpo de Bombeiros Voluntários de Candelária. Primeiro na safra 2018-2019, o sinistro traz de volta um importante ponto que merece toda a atenção do fumicultor: as condições do ambiente em que o produto é armazenado.
Na última safra, segundo dados do Corpo de Bombeiros de Candelária, ocorreram 23 sinistros no município e região. Consequentemente, causaram severos prejuízos aos produtores e, de certa forma, para a economia local. Em questão de minutos, toda a produção é perdida. Quanto mais seco estiver o tabaco, maior deverá ser a propagação das chamas. De modo geral, as estufas podem ser recuperadas, pois os estragos não chegam a comprometê-las completamente. Como a colheita se estende pela época mais quente do ano, os riscos crescem significativamente e a atenção deve ser redobrada.
PROVÁVEIS CAUSAS
De acordo com o chefe do Corpo de Bombeiros Voluntários de Candelária, Arzélio Strassburger, os incêndios acontecem, sobretudo, por conta de falhas na instalação e/ou manutenção das estufas. O rompimento dos canos de condução do calor e a sobrecarga são alguns dos fatores complementares. Na safra 2017-2018, a queima foi registrada tanto em estufas convencionais quanto nas elétricas. Embora sejam mais seguras e , cada vez mais tecnológicas, aquelas que utilizam a energia elétrica possuem o agravante do combate das chamas ser mais complicado.
Independentemente do tipo, Arzélio faz um importante alerta: “Antes de iniciar a secagem do fumo, é imprescindível que se faça uma revisão minuciosa de todos os componentes da estrutura, a fim de detectar possíveis falhas e corrigi-las a tempo. É uma questão de segurança e pode determinar quais serão as proporções do desastre”, ressalta.
MAIS INFORMAÇÕES, SOCORRO EFICIENTE
Em caso de incêndio, primeiramente, deve-se desligar a energia e/ou abafar as chamas, vedando todas as entradas de ar. É fundamental também que a população solicite o mais rápido possível o auxílio dos bombeiros através dos telefones (51) 3743.1344 ou 3743.1930.
Durante a ligação, orienta-se que o cidadão, acima de tudo, procure manter a calma. A partir disso, devem ser passadas as informações mais detalhadas possíveis dos pontos de referências que levam até a propriedade. Esse procedimento visa agilizar a chegada do efetivo, especialmente devido ao fato de que a região possui uma extensa área e o acesso nem sempre é simples. Se o sinistro acontecer no período noturno, por exemplo, a dificuldade é ainda ainda maior. Além disso, os bombeiros pedem para que a região seja sinalizada. Na impossibilidade disso, alguém deve ficar na beira da estrada para auxiliar na localização.
CONFIRA ALGUMAS DICAS PARA EVITAR INCÊNDIOS
>> Não improvise andaimes por baixo do primeiro. Mantenha uma distância mínima de segurança entre a tubulação que conduz o calor e o tabaco a ser curado;
>> Mantenha os canos de condução do calor em bom estado de conservação;
>> Amarre/costure bem as folhas nas varas para evitar quedas durante o processo de cura. Regule a tecedeira e certifique-se que o tamanho e a resistência das varas são suficientes para apoiá-las com segurança nos andaimes;
>> Use tela de proteção sobre as tubulações e fixe-a em vários pontos. O risco de incêndio aumenta se a tela estiver mal fixada;
>> Limpe bem a estufa após cada carregamento e antes de iniciar uma nova cura. Evite deixar folhas espalhadas pelo chão
>> Respeite a capacidade de armazenamento da estufa. Mais vale perder algumas folhas na lavoura do que ter um forno consumido pelas chamas;
>> Não ultrapasse as temperaturas recomendadas. Assim, você evita incêndios e não torra o tabaco. Esse fator é determinante no momento da comercialização e também para evitar incêndio;
>> Se a temperatura estiver elevada, jamais abra a porta. Em contato com o calor da estufa, o oxigênio pode causar as labaredas;
>> Coloque uma janelinha de vidro junto à porta para não ter de abrir a estufa;
>> Confira se o forno foi construído de acordo com os padrões técnicos recomendados e se o estado físico da estrutura oferece condições de suportar o peso.