Casamento em crise tem salvação – por Sérgio Almeida

Então, se (quase) todos os casais se casam por amor, porque há tantos que não conseguem permanecer juntos para sempre?

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Divulgação/JC

No Brasil, segundo o IBGE, acontecem cerca de 580 separações por dia – mais de 200 mil por ano. A pergunta é: se casar ou se divorciar – ou ambos – virou banalidade?
O casamento não se sustenta no amor. É verdade! Ou você conhece um noivo que disse durante a cerimônia “vou casar, mas odeio ela!”, ou uma noiva que na hora do “sim”, afirmou “vou casar, mas não é dele que gosto!”? Claro que não! Então, se (quase) todos os casais se casam por amor, porque há tantos que não conseguem permanecer juntos para sempre? Parte da resposta pode estar na frase que li por aí: “Todo casamento é feliz, os problemas começam quando termina a lua de mel”.

Na contramão do divórcio, eu e a Marta estamos comemorando Bodas de Alexandria – 26 anos de casados. Nossa união foi celebrada em 27 de fevereiro de 1993, depois de cinco anos de namoro. Eu trabalhava na agência do Banco Bamerindus, em Cachoeira do Sul, e fazia parte do plantel profissional do GE São José, que disputava a Série B do Gauchão, e a Marta era professora municipal e lecionava numa escola de interior do município. Nos primeiros anos, como muitos casamentos, o nosso esteve longe de ser um romance de cinema. E faço mea culpa! Mesmo casado, não abri mão de algumas atitudes de solteiro.

Não me entenda mal: eu não levava uma vida de solteiro, apenas não sabia viver um relacionamento a dois, que requer doação, renúncia, sacrifício. Por exemplo: Não é errado jogar futebol com os amigos de vez em quando, mas três ou quatro vezes por semana – e ainda comer churrasco e tomar umas “geladas” até tarde da noite – pode transformar carinho em cobranças. Não dá para ser casado e pensar só em si.

Para piorar, vivemos um período de irritação mútua quase diária quando o salário passou a não ser suficiente para pagar as contas. E quem enfrentou situação parecida sabe que, quando isso acontece, há uma chance maior ainda de a frase pronunciada na cerimônia de casamento “até que a morte nos separe” ser substituída por “até que a falta de dinheiro nos separe” ou “até que as brigas nos separe”.Hoje, quando sou perguntado sobre o que pode ser feito para salvar um casamento em crise, eu respondo: “Além de tudo o que já leu e ouviu, o ponto mais importante é: trazer a memória o que fez se apaixonar pelo outro”.

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