O mês em curso é conhecido como “Agosto Dourado”, campanha que simboliza a luta e a conscientização ao aleitamento materno, fundamental para a nutrição e desenvolvimento do bebê e responsável por trazer diversos benefícios para a mãe, além de fortalecer o vínculo mãe e bebê.
De acordo com a enfermeira coordenadora do Serviço Integrado de Atenção Básica de Saúde da Criança, Luíze Beskow, para marcar a campanha em Candelária, será feita uma ação de sensibilização com as gestantes e lactantes que frequentam o serviço. Além disso, a equipe ainda auxilia as mamães com a amamentação dos bebês.
Conforme a enfermeira, os profissionais que atuam na área também passarão por capacitação, para fortalecimento de apoio da rede. “O trabalho que fazemos acontece no cotidiano, aqui dentro, auxiliando as lactantes a colocar os bebês para amamentar”, conta.
A nutricionista da Saúde da Criança, Viviele Flores Borin, relembra que, para o bebê, o leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias, diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Para a mãe, reduz os riscos de hemorragia no pós-parto e diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovários e colo do útero no futuro.
Nutricionista relembra: o leite materno é suficiente
A nutricionista Viviele Flores Borin, mãe do pequeno Caetano Borin Theisen, 9 meses, tem conhecimento sobre os benefícios da amamentação tanto para a mãe quanto para o bebê, e ressalta a importância do ato. “A maioria das mães idealiza e sonha com a amamentação. Temos a parte teórica em que nos preparamos e muitas mães estudam, mas como em muitos campos, na teoria é lindo, mas na prática é diferente”, explica.
Para a nutricionista, é importante idealizar a teoria, buscar as informações, pois tudo tem uma fonte e um porquê. “Na hora da prática mesmo, com uma mãe recém-parida, hormônios em constante mudança, restrição de sono e ainda precisa alimentar aquele serzinho que está ali contigo. É tudo novo e diferente”, diz.
Viviele conta que amamentar o filho Caetano, inicialmente, foi uma tarefa um tanto quanto difícil, mesmo tendo a teoria bem clara, ainda necessitou do auxílio de uma consultora de amamentação. Quando o filho teve uma boa pega, o processo fluiu mais naturalmente. Conforme a mãe, a cada mamada e desconforto, era necessário reposicionar o filho para mamar, sendo bem maçante. Além disso, ela relembra sobre outros percalços no caminho, como as pessoas ao entorno questionando se o leite é forte, suficiente e questionando sobre chupetas e mamadeiras. “É importante estar ciente do que queremos, dos benefícios da amamentação para a mãe e o bebê, ciente que o teu filho está bem alimentado, pois o leite materno é suficiente e não existe leite fraco”, frisa.
Benefícios para o bebê: O leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo.
Benefícios para a Mulher: reduz os riscos de hemorragia no pós-parto e diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovários e colo do útero no futuro. Além disso, fortalece o vínculo entre mãe e filho.
Importante: Nos primeiros seis meses de vida o bebê seja amamentado exclusivamente, e a oferta de água, chás e outros leites é desnecessária, mesmo em locais secos e quentes. O colostro nos primeiros dois a três dias de vida, é suficiente para nutrir e hidratar recém-nascidos saudáveis e eles não necessitam de qualquer outro líquido além do leite materno.
Como amamentar: Amamentar não deve doer. No início pode haver algum desconforto até que mãe e bebê se adaptem à amamentação. O bebê deve estar virado para a mãe, bem junto de seu corpo (barriga com barriga), bem apoiado e com os braços livres. A cabeça do bebê deve ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo. O bebê deve ser colocado para sugar quando ele abrir bem a boca. Quando o bebê pega bem o peito, o queixo encosta na mama, os lábios ficam virados para fora, o nariz fica livre e aparece mais aréola (parte escura em volta do mamilo) na parte de cima da boca do que na de baixo. Cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado.
O leite materno tem o sabor e o cheiro dos alimentos que a mãe come. Por isto, a criança que mama no peito tem mais facilidade para aceitar os alimentos que serão introduzidos após os 6 meses de idade. É muito importante que o bebê esvazie bem a mama, porque o leite do fim da mamada tem mais gordura e, por isso, mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso.
Amamentação: Mitos e Verdades
>> Amamentar necessita de paciência.
Verdade! Apesar de ser um ato natural, amamentar é uma ação que
deve ser aprendida. Muitos são os obstáculos que a mãe pode enfrentar
durante a jornada, e são necessárias a paciência e a força de vontade para vencê-los.
>> Existe idade “limite” para amamentar uma criança.
Mito! A orientação do Ministério da Saúde é que o bebê mame
exclusivamente no peito até os seis meses de idade e continue sendo
amamentado após a introdução de novos alimentos até dois anos ou mais. Portanto, não existe limite para o tempo de amamentação.
>> O leite vira água, quando a amamentação é prolongada.
Mito! Estudos demonstram que, mesmo após um ano de vida do bebê,
100 ml de leite materno permanecem com mais calorias nutritivas do que o leite de vaca, mesmo não sendo mais o principal alimento da criança.
>> Amamentar previne o câncer de mama.
Verdade! De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA),
amamentar reduz o risco de a mulher ter câncer de mama, já que taxas de alguns hormônios que favorecem este tipo de câncer são reduzidos durante a amamentação.
>> Há regras sobre como amamentar corretamente.
Nem mito, nem verdade! Não são exatamente regras, mas existem técnicas que ajudam as mães que têm dificuldade em fazer os bebês mamarem.
>> Algumas mulheres produzem leite mais fraco.
Mito! Na lista de mitos e verdades sobre amamentação esse é um dos
mais comuns. A verdade é que cada mulher produz o leite adequado de
que o bebê precisa para se desenvolver.
>> O leite materno pode ser congelado.
Verdade! Pode ser congelado por até 15 dias, sem a perda de suas
qualidades nutricionais. Tomando os devidos cuidados, a mãe pode
ordenhar o leite, deixá-lo na geladeira e dar ao bebê enquanto estiver fora. Caso o leite não seja consumido, pode doá-lo para um Banco de Leite Humano – BLH, que será processado e destinado a alimentar bebês prematuros e/ou de baixo peso internados em UTIs.
>> O bebê que se alimenta exclusivamente pelo leite materno tem mais imunidade.
Verdade! O leite materno possui anticorpos que propiciam imunidade
para a criança contra doenças, até que o sistema imunológico esteja
desenvolvido (em torno de seis meses).