Um dos mais conhecidos golpes de estelionato, o conto do bilhete premiado, voltou a fazer vítimas em Candelária. Em dois casos registrados na cidade, nos últimos dias, os estelionatários conseguiram angariar cerca de R$ 26 mil.
O último caso registrado na Delegacia de Polícia, ocorreu no início de março, e lesou uma agricultora em R$ 1 mil. A vítima de 77 anos, residente em Vila União, interior de Candelária, foi abordada por um casal de estelionatários na Avenida Pereira Rego, quase em frente à Casa Radunz. A vítima, que estava acompanhada de uma cunhada, acabou enredada pelos criminosos. Contudo, os estelionatários não conseguiram levar a vítima até o banco para o saque. A idosa então acabou fornecendo o cartão bancário pessoal para a dupla, que prometeu que dentro de alguns dias, o dinheiro pela compra do bilhete estaria na conta dela. Ao chegar em casa, e relatar o que ocorreu, os familiares da idosa desconfiaram se tratar de um golpe. No outro dia, em contato com o banco, os familiares constataram que havia sido sacado o valor de R$ 1 mil da conta da vítima.
Conforme relato da idosa, um dos golpistas era um homem loiro, alto, de estatura forte, e de aproximadamente 40 anos. Já a sua comparsa tinha pele clara, cabelos pretos, estatura média, e com aparência de 40 anos.
Já o outro caso registrado em Candelária, com a velha lábia de empenhar um suposto bilhete premiado pelo dinheiro da vítima, rendeu uma boa quantia aos criminosos. A vítima, também uma mulher idosa, acabou caindo no golpe e transferiu via aplicativo de celular R$ 25 mil aos estelionatários. Ambos os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil.
Como funciona o golpe do bilhete premiado
O conto do bilhete premiado é tão antigo que existem registros da sua aplicação desde 1965. De lá pra cá pouca coisa mudou na artimanha e podemos explicar como tudo funciona. Neste golpe, o estelionatário se diz em posse de um bilhete premiado da loteria, mas que não pode ou não consegue retirar o prêmio. Em alguns casos, as vítimas encontram o golpista supostamente chorando ou se lamentando por não poder retirar o prêmio. Além de pedir ajuda, o estelionatário promete uma compensação em dinheiro após receber seu prêmio. A promessa de uma grande quantia de dinheiro fácil e rápido é o que faz com que muitas vítimas acabem mordendo a isca. Após aceitar ajudar a receber o suposto prêmio, é exigido pelo golpista algo para servir de garantia: dinheiro, joias ou qualquer outro bem de valor. O que a vítima não sabe é que depois de entregar essa garantia, o criminoso dará um jeito de fugir e levar consigo o que foi entregue. Em alguns casos, o golpe também é aplicado por mais de um criminoso. Com uma outra pessoa que se aproxima e diz conhecer alguém da Caixa Econômica Federal, ou até mesmo trabalhar lá e comprova a validade do bilhete. De qualquer maneira que seja aplicado o golpe, o prêmio e a recompensa nunca são verdadeiros. A vítima acaba perdendo suas economias, bens ou o próprio salário do mês todo.