As recentes operações policiais desencadeadas pela Polícia Civil contra as organizações criminosas instaladas no município começam a ter seus resultados materializados com a conclusão e entrega à Justiça, nesta sexta-feira (24), do inquérito policial da Operação Pac Man que resultou no indiciamento de 19 pessoas por tráfico, associação ao tráfico organização criminosa, comércio ilegal de armas de fogo, posse irregular de arma de posse, receptação e homicídios.
Se por um lado, o trabalho teve êxito por outro, os investigadores estão em alerta após a delegada Alessandra Xavier de Siqueira ter sido alvo de ameaças. Em entrevista concedida ao JC na terça-feira (21), a própria delegada relata a situação e confirma que o suspeito já está identificado e sendo monitorado. “Tudo que acontecer daqui para frente, vai ser em cima desta pessoa. Eu tenho toda a força policial do Estado para colocar em Candelária, se necessário for. Já tenho respaldo das minhas chefias e se necessário, colocaremos mais força policial para realizar as diligências. Eles (criminosos) não vão querer um complicador para os negócios deles. Ou eles aprendem a respeitar ou terão problemas”, disse a delegada, confirmando que não vai se curvar ou cessar com as ações policiais. “Precisamos levar com mão de ferro e não estamos aqui para brincadeira”, salientou.
Morte de empresário tem relação com facção
Na investigação da Pac Man, a delegada relata que conseguiu obter provas contra dois suspeitos de envolvimento na morte do empresário Belmir Lovatto, o Gringo, 65 anos, em crime ocorrido no dia 26 de abril, no estabelecimento comercial da vítima, localizado na rua Botucaraí, com o homicídio possuindo relação com a organização criminosa investigada. Um mês depois do crime, em entrevista concedida ao JC, os advogados José Lisboa e Guilherme de Souza Centeno, que atuam na defesa dos suspeitos investigados, relataram que a investigação não possuía provas concretas e que os dois seriam inocentes. Com o trabalho de investigação, a delegada confirmou que foram colhidas mais provas contra os suspeitos e destaca que aguarda o laudo da perícia em pistolas 9 mm apreendidas na operação Pac Man para confirmar a autoria dos envolvidos. Ela destaca que o crime foi planejado, com os dois suspeitos detidos sendo contratados por uma pessoa vinculada com o tráfico, confirmando que o assassinato de Lovatto foi uma retaliação pelo fato do empresário ter sido o autor do homicídio que vitimou Hildor Durrewald, de 54 anos, no dia 24 de março, em razão de uma desavença entre ambos. “Estamos apurando algumas situações e provas que surgiram após a deflagração das operações. Há várias diligências, mas estamos conseguindo elucidar os casos”, destaca a delegada, confirmando que as investigações ainda seguem em andamento.
AVALIAÇÃO
Ao avaliar o trabalho da Operação Pac Man, a delegada destaca que o resultado é positivo com a aquisição de provas, apreensão de materiais e elucidação de diversos casos de homicídio que estavam relacionados com a organização criminosa. A delegada acredita que as ofensivas irão gerar uma diminuição nos casos de homicídios. “A Polícia Civil está fazendo a sua parte e seguimos monitorando. Acredito que haverá uma diminuição. Os criminosos não vão querer me fazer afronta. Se tiver afronta, vai ter resposta”, finalizou a delegada.
