Enquanto a produção da safra passada está em avançado processo de comercialização, os fumicultores já começam os trabalhos para o ciclo 2019-2020. No Vale do Rio Pardo, a semeadura do tabaco nos canteiros se encontra em estágio avançado. Conforme a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em média, 80% do trabalho está concluído na região. No caso de Candelária, a situação é bem diferente de acordo com a localização das propriedades.
Segundo o coordenador de mutualidade da Afubra na região Centro Serra, Carlos Loewe, o processo chega a 90% nas regiões baixas e apenas 30% em locais mais elevados. No momento, a maior parte dos produtores realiza o repique, ou seja, uma revisão geral em cada uma das bandejas para corrigir eventuais faltas de mudas ou onde houve o nascimento de duas ou mais plantas no lugar de apenas uma.
A etapa completa dura, em média, 90 dias. Porém, o clima exerce papel fundamental no cumprimento desse período. A respeito disso, Carlos demonstra preocupação com o excesso de umidade observado nas últimas semanas. “O tempo chuvoso atrapalha o desenvolvimento das mudas. Se elas não estiverem fortes o suficiente quando saírem dos canteiros, dificilmente crescerão saudáveis na lavoura”, ressaltou o coordenador. Por isso, é preciso mantê-los fechados.
Precauções
O gerente da Afubra de Candelária, Carlos Wink, reforça que é preciso tomar o máximo de cuidado possível com as mudas e protegê-las de ataques de agentes externos. Para isso, devem ser aplicados sanitizantes, produtos responsáveis por barrar a ação de contaminantes bacterianos. Dessa maneira, existe uma melhora na qualidade da água, bem como evita a infestação do limo. “O excesso de chuva é um fator preponderante para a proliferação de doenças.
Por isso, é tão necessário se antecipar às eventuais ações de fungos”, reforçou. Entre as principais doenças estão o Mofo Azul, cuja ação pode ser percebida com a presença dessa coloração na planta, outra praga é a Mela, responsável pelo apodrecimento, além da ação da “Mosquinha”, inseto capaz de sugar os nutrientes da muda a ponto de deixá-la totalmente debilitada.
Mercado instável
Cerca de 70% do fumo já foi comercializado. Carlos Loewe afirmou que o preço é variável, pois depende exclusivamente da qualidade do produto apresentado ao mercado. “Por essa razão é difícil determinar um valor. O tabaco pode tanto ser vendido por R$ 100 quanto R$ 170,00, bem como das negociações entre comprador e vendedor”, salientou.
No âmbito das exportações, o momento não é dos melhores. Entretanto, como se trata de um mercado muito volátil, a reversão do quadro e acontecer rapidamente, auxiliado pela lei da oferta e da procura.