Saques e vandalismo mobilizam moradores da Prainha

Acesso precário e problemas com falta de segurança em um dos principais pontos turísticos da cidade motivam protesto na próxima segunda (11)

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Que um dos principais pontos turísticos do município, a Praia Carlos Larger, está em decadência isso não é novidade para a comunidade candelariense, basta visitar o local. O cenário é de total abandono: sujeira, mato e infraestrutura precária. Isso tudo às vésperas do verão, ou seja, da alta temporada. Para agravar o problema, e, claro, afastar ainda mais os escassos visitantes, o acesso ao balneário pela VRS-849, está praticamente intransitável afugentando qualquer tipo de turismo no local. Aliado a tudo isso, mais um problema tem se agravado, os constantes furtos e vandalismo nas moradias no entorno da Prainha. Os criminosos se aproveitando do cenário de total abandono, fazem um limpa nas casas e quando não encontram bens para furtar, punem os proprietários e ateiam fogo nas moradias. Até mesmo pernoitar no local tem sido um problema para os moradores, que vivem um cenário de medo devido a ação de bandidos. Nem mesmo o bar da prainha, escapou das investidas dos criminosos. O local foi invadido na madrugada dessa segunda-feira (4), deixando um grande prejuízo para a ecônoma Luciela Ellwanger.

PROTESTO

Inconformados com a situação de medo e descaso, os moradores do Bairro Germânia, onde se localiza a Praia Carlos Larger, preparam um protesto na próxima segunda-feira (11). A ideia é bloquear a via durante todo o dia para chamar atenção da população e autoridades ao dilema. Um dos moradores que faz frente ao movimento, e prefere não se identificar por receio de represálias e vandalismo na sua moradia, usada apenas para veraneio, diz que a situação está beirando o caos. Não bastasse o estado precário da rodovia que liga ao balneário, ele teve a casa invadida e furtada há dois anos, desde então não mantém utensílios e mobília de valor no local, pois senão tudo é levado. Além disso, ele lembra que até uma parte externa da casa foi danificada pelo fogo, ateado por criminosos numa casa ao lado da sua e que acabou se alastrando. “Por sorte, e graças a ação dos bombeiros e moradores os danos foram pequenos. Mas o sinistro teve início, após os ladrões não terem encontrado nada para levar na residência vizinha e como represália, simplesmente tocaram fogo”, conta. Uma residência vizinha, lembra o morador, foi incendiada em duas ocasiões, e nada foi feito pela polícia. Ele lamenta que até hoje não houve investigação e nem mesmo prisões. A certeza da impunidade, segundo o líder do movimento de moradores, é uma espécie de incentivo às ações criminosas. O morador conta ainda, que uma residência próxima a sua, sofreu três invasões de maio a outubro desse ano, tudo registrado na polícia. Numa dessas ocasiões, os bandidos, como forma de ameaça, deixaram uma espécie de fogueira armada, com lenha e papéis, sobre um estofado da casa. “Vivemos uma total falta de segurança, os criminosos não têm mais medo e ainda fazem uma espécie de terrorismo com os moradores. Muitos estão tão acuados com a violência que preferem não pernoitar no imóvel”, explica.

Segundo ele, nunca houve uma situação de descaso e falta de segurança como a vivenciada nos últimos tempos. “Chegamos ao ponto de dormir à noite só aguardando sermos acordados com qual será o próximo imóvel que será queimado ou arrombado”, lamenta.

NOVO CASO

Um incêndio numa casa desabitada na Rua da Praia, próximo ao balneário Sol Nascente, registrado na madrugada dessa segunda-feira (4), também pode ter sido criminoso, a exemplo de outros registrados naquela região. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. A princípio, os bombeiros, apontam que as chamas teriam iniciado após um curto-circuito. Mas os moradores, não creem nessa hipótese. O incêndio destruiu completamente a moradia. Nesse mesmo dia do sinistro, ocorreu o furto no bar da prainha, por isso os moradores acreditam que os crimes tenham ligação.

Bar da Prainha também não escapou da ação de criminosos

Nem mesmo o único estabelecimento de comercialização de bebidas e lanches do balneário Carlos Larger, o Restaurante da Prainha, escapou da onda de arrombamentos e furtos no qual o ponto turístico tem sido alvo nos últimos tempos. Os bandidos teriam agido na madrugada dessa segunda-feira (4), e deixaram um grande prejuízo para a ecônoma Luciela Ellwanger. Para ingressar no interior do estabelecimento, os ladrões arrombaram uma janela lateral de onde foram levados um televisor de 32 polegadas, marca Panasonic, uma fritadeira elétrica, dois botijões de gás, um ar-condicionado portátil, ventilador, bebidas, e até carnes congeladas que estavam acondicionadas num freezer. Além disso, os sistemas de alarme e de câmeras de segurança foram arrancados e levados. O furto foi notado pela ecônoma somente na terça-feira (5), ao chegar pela manhã para iniciar os preparativos das quentinhas para o almoço. “Não teve quentinhas, e ainda não consegui me organizar, seguimos não atendendo, temos que nos refazer e adquirir novamente o que foi levado. Isso é muito frustrante”, desabafou.

APELO

A empresária usou suas redes sociais para fazer um apelo para que a população não adquira produtos de procedência duvidosa. “Só existe furtos e roubos porque tem quem adquire, ou seja, recepta esses produtos. Não comprem coisas roubadas”, enfatizou ela na postagem.
De acordo Luciela, o atendimento no restaurante deve ser retomado na próxima terça-feira (12), com as tradicionais quentinhas. O contrato de economia do restaurante vence em dezembro, e já foi aberta nova licitação por parte da prefeitura para definir a exploração do ponto.

O que diz a BM

De acordo com o capitão Douglas Ferreira de Oliveira, da BM de Candelária, o furto no Restaurante da Prainha e o incêndio numa casa desabitada no Rua da Praia, teriam mesmo relação. Os casos ocorreram ao mesmo tempo, na madrugada de segunda-feira. O capitão afirma que a suspeita é de que os criminosos teriam ateado fogo na casa para chamar a atenção para o incêndio, enquanto faziam o furto no restaurante. “Já temos suspeitos de praticar o crime, seriam dois ou três indivíduos da mesma família, e com vasta ficha criminal”. O capitão destaca que os suspeitos já foram presos diversas vezes pela prática de furto, mas acabam liberados pelo Judiciário.

Sobre a frequente falta de segurança na Rua da Praia, reclamada pelos moradores, o capitão afirmou que o policiamento será reforçado na área.

Importante

>> Os organizadores do protesto, agendado para a próxima segunda, dia 11, com previsão de bloqueio da VRS-849, via que liga à Prainha, convidam toda a comunidade para se juntar à manifestação. O objetivo é cobrar das autoridades uma solução aos diversos problemas que norteiam o principal ponto turístico do município, entre eles, o acesso precário ao balneário e a falta de segurança. O protesto está previsto para iniciar às 8h e deve se estender durante todo o dia.

TEXTO: Jaqueline Netto

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