
A segunda etapa da pesquisa de soroprevalência da covid-19 encomendada pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) e realizada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), teve os resultados apresentados nesta sexta-feira (21).
Realizada entre os dias 15 e 18 de agosto, nas 14 cidades consorciadas ao Cisvale, o estudo apresentou um novo dado a ser levado em consideração nas análises da atuação do novo coronavírus na região. Dentre as informações detalhadas pelo coordenador do estudo, o médico infectologista Dr. Marcelo Carneiro, está a baixa taxa de letalidade estimada para a região, de apenas 0,17% em agosto.
O dado considera o número de mortes até o fim da coleta, de 32, diante da estimativa de pessoas que já tiveram contato com o novo coronavírus somadas nas duas análises, de 18.218. Isso caracteriza uma mortalidade de 8,9 pessoas a cada 100 mil habitantes.
Segundo Carneiro, isso representa uma letalidade três vezes menor que a registrada até então no Estado, que apresenta 26,3 óbitos a cada 100 mil habitantes. “Esse dado nos deixa mais próximo da realidade, pois as estatísticas oficiais analisam apenas com base nas pessoas internadas, o que eleva a taxa. No entanto, deve-se levar em consideração todas as pessoas que já tiveram contato com o vírus dividido pelo número de mortes”, explicou o coordenador da pesquisa.
DADOS DA SEGUNDA ETAPA
Nesta segunda etapa, foram aplicados 1.063 testes rápidos. Desses, 23 pessoas apresentaram anticorpos positivos para o vírus nas amostras, três deles moradores da zona rural e outros 20 da zona urbana. Entre os familiares dos casos positivos, 14 (37,8% dos testados) também tiveram diagnóstico positivo. Em Candelária, nenhum dos 93 moradores que fizeram o teste teve a presença de anticorpos do vírus detectada.
A partir destes números, a pesquisa apontou uma soroprevalência do novo coronavírus em 2,2% da população da região. De acordo com os pesquisadores, isso revela que houve um teste reagente a cada 46 habitantes, em uma estimativa de 7.772 pessoas do Vale do Rio Pardo que já tiveram contato com o vírus.
O número apresenta uma redução de positivados nas análises em referência à primeira amostra, que apresentou 31 casos positivos, uma soroprevalência de 2,9% e uma estimativa de 10.446 que tiveram contato com o vírus.
Próxima amostra no fim do mês
O médico infectologista Marcelo Carneiro também analisou o andamento das atividades até o momento. “Nossas duas etapas até agora foram realizadas sem intercorrências. Também fizemos alguns ajustes para a segunda amostra, de análises que acabamos acrescentando.”
A pesquisa, que tem custo de cerca de R$ 500 mil, foi encomendada pelo Cisvale em parceria com a Unisc e conta com apoio da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e da Philip Morris Brasil.
O estudo transversal busca apresentar uma amostra representativa da população da região. Ao todo, serão quatro etapas de testes. As coletas ocorrem sempre aos finais de semana, a partir das 8 horas. A próxima etapa será realizada nos dias 29 e 30 de agosto, nos 14 municípios de abrangência do Cisvale.