
Natal é uma data especial, sendo o momento de celebrar a vida com a família, amigos ou com as pessoas que amamos. Mas há quem não estará compartilhando esse momento para se dedicar a uma importante atividade profissional que está ligada diretamente com a vida. Neste sábado (25), o motorista Arthur Schneider Neto, 60 anos, e o técnico em enfermagem Fábio Garske Madrid, 51 anos, passarão o Natal cumprindo o plantão na unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Candelária, estando prontos para salvar vidas.
Mas como é o natal dos socorristas? Atuando juntos há oito anos, Arthur e Fábio estão programando realizar um almoço especial com a presença de familiares na sede da unidade. “Internamente a gente faz uma refeição diferente e especial. Celebramos aqui na unidade junto com nossos familiares que trazem os pratos típicos”, destaca Arthur, salientando que quando ocorre o chamado, a prioridade é o atendimento. Já Fábio salienta que seus familiares já se acostumaram com os plantões em datas especiais. “É marcante porque a gente vê as outras famílias festejando e tu não poder estar com a tua. Muitas vezes faço por videochamada para desejar feliz natal. A gente se acostuma, é uma profissão que eu gosto e sei da nossa responsabilidade quando se trata de salvar vidas”, frisa o técnico em enfermagem.
Em outros anos, os dois profissionais destacam que já atenderam chamados no dia de Natal, sendo na sua maioria atendimentos clínicos. “No natal realizamos mais atendimentos clínicos por ser uma data que as pessoas estão confraternizando entre famílias e de forma privada. Já fizemos atendimentos, principalmente com pessoas mais idosas que possuem alguma comorbidade”, destaca Arthur.
Já Fábio ressalta que há casos clínicos motivados pelo excesso de bebida alcoólica ou movidos por depressão pela ausência ou perda de um familiar. “No Natal temos casos de pessoas que se deprimem muito e estas situações geram mal-súbitos”, relata o técnico em enfermagem.
Histórias marcantes
Os dois socorristas já vivenciaram as mais diferentes histórias de vida que acabam sendo marcantes de forma positiva ou negativa. Arthur lembra de um atendimento realizado em Venâncio Aires, onde ele estava conduzindo uma ambulância e participou do nascimento de uma criança. “Esse menino recebeu o nome de Jesus. Foi feita uma reportagem desta história na cidade, sendo um fato marcante e especial para mim”, destaca. Por outro lado, Fábio, que também já atuou como bombeiro militar por 30 anos, lembra de ter presenciado um acidente de trânsito onde uma mulher, que estava grávida e o bebê faleceram e o marido sobreviveu após colidirem contra um caminhão. “O marido havia bebido e pediu para a esposa grávida dirigir, mas infelizmente aconteceu o acidente. Foi marcante e triste por ser tratar de uma família”, lembra Fábio.
As histórias relatas são algumas das mais diversas memórias vivenciadas pelos dois socorristas que há oito anos atuam juntos com o objetivo de salvar vidas. “Acabamos compartilhando todos os momentos. Tentamos realizar o atendimento da melhor forma e se colocando no lugar da família que está enfrentando esse momento de dificuldade e como eles gostariam de ser atendidos. Cada salvamento transmite a esperança e é isso que a gente procura sempre passar nos atendimentos”, destaca Arthur.
Sobre o significado de trabalharem com o objetivo de salvar vidas, Arthur e Fábio salientam que é preciso gostar da profissão e destacam o aprendizado mútuo. “Eu aprendo todos os dias com ele e ele da mesma forma”, diz Arthur. Já Fábio complementa. “Independente de classe social, temos que ser humildes. A humildade deve ser de cada pessoa para ajudar outras pessoas. Tratamos as pessoas da melhor forma e estamos sempre preparados para todos os casos”, frisou. Ao finalizarem, os dois socorristas deixam uma mensagem para as famílias.”Precisamos vivenciar mais em família. O tempo passa muito rápido, principalmente para quem tem filhos pequenos. O relacionamento em família é muito importante para se aproveitar os momentos bons. Temos que lidar com coisas boas e viver feliz”, diz Arthur. “É importante a gente ter fé e manter os valores familiares e sentimentos de amor e fraternidade”, finaliza o atendente Fábio.