O Natal de quem está do outro lado do mundo

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Publicitária Giulia Mundstock usará a tecnologia para comemorar a data com a família - Crédito: Giulia Mundstock / Meire Mundstock / Divulgação

Austrália. Principal país da Oceania, considerado a menor área continental do mundo localizado no hemisfério sul do planeta. Com 14 horas de fuso horário a mais que o Brasil, é um dos primeiros países do mundo a celebrar as datas especiais como o Natal e o Ano-Novo. A publicitária candelariense Giulia Mundstock, 28 anos, mora no país há quatro anos e devido à pandemia de coronavírus, passará o Natal pelo segundo ano consecutivo no país, novamente longe de seus familiares que estão em Candelária, com ambos usando a tecnologia como ferramenta para superar a distância e a saudade na data especial.
Residindo em Sydney, uma das principais cidades australianas, Giulia se formou em publicidade e propaganda e possui dois empregos no país, onde trabalha como designer no ateliê de uma estilista e como controladora de tráfego, sendo a responsável por organizar a sinalização de trânsito e garantir a segurança de pedestres em áreas de construção. Devido à pandemia , este será o terceiro Natal que a candelariense passará longe da família. “Em 2019 eu passei com eles e prometi voltar em 2020, mas logo começou a pandemia e a Austrália fechou a fronteira para viagens internacionais. Todos os meus planos foram cancelados, e ainda estão sem prazo para se realizarem, mas espero de coração que em 2022 eu consiga ficar pertinho de todos que amo, esse vai ser o meu único pedido na virada do ano”, diz Giulia, salientando que as datas especiais perderam um pouco do significado por estar longe dos familiares. “Eu aprendi a conviver com a ausência morando fora, mas nunca perdi o meu amor pelas celebrações especiais. Tento manter a tradição da minha família e faço o Natal entre amigos ser cada ano mais especial”, diz a publicitária.
Para amenizar a saudade da família, Giulia usa a tecnologia para manter contato frequente com os pais, Oto e Meire Mundstock e a irmã Nicole, que residem em Candelária. A candela-riense já agendou o horário para celebrar o Natal com os familiares de forma online. “Como o fuso horário é de 14 horas, eu e a minha família costumamos nos ligar e parabenizar nos dois horários (meia-noite na Austrália, e depois meia-noite no Brasil). Sempre fazemos ligação por vídeo, isso é crucial para nos manter próximos e fazer com que o dia não perca o sentido”, relata. Nos últimos dois anos, a candelariense relatou ter vivido momentos difíceis em razão da pandemia, destacando que por inúmeras vezes pensou em voltar para o Brasil. Ela salienta que o governo australiano controlou bem a doença e deu suporte com ajuda de custo para todos os intercambistas. A publicitária foi vacinada com a segunda dose em junho e já está com a terceira dose agendada para o dia 28 de dezembro. Ela destaca que um dos momentos difíceis foi quando os pais testaram positivo e ficaram internados por alguns dias. “A decisão de estar longe foi minha, então só eu sei como essa fase foi difícil e como me senti culpa por não estar perto. Sorte a minha ter a Nicole e a Simone juntinho com eles para dar todo o suporte emocional que eu não estava presente para dar. Mais do que nunca, a tecnologia foi crucial para manter contato com eles e enviar muito amor por vídeo”, destaca.
Giulia relata com preocupação que nesta semana houve recorde com 3.057 novos casos de covid-19 em Nova Gales do Sul, estado onde reside. “Há filas para realizar o teste com espera de mais de três horas e resultados com demora de até 72 horas”, frisa.
Ao finalizar, a candelariense destaca que a pandemia serviu de aprendizado para valorizar e fortalecer os laços familiares, mesmo que de forma online. “Valorizem estar pertinho de quem vocês amam, porque isso faz toda a diferença. Sempre que puderem, liguem para aquele amigo que vocês não conversam há um tempo, combinem um chimarrão com as pessoas que vocês amam. Desejo para todos um Feliz Natal e um novo ano repleto de amor e saúde para todos”.

A celebração dos australianos

Sobre as comemorações de Natal na Austrália, Giulia relata que é diferente dos costumes no Brasil. Ela relata que a comida tradicional do Natal na Austrália é normalmente saladas e carnes frias (tipo um tender ou pernil gelado e camarão) ou churrasco de frutos do mar, que é o mais tradicional. “Na Austrália, algumas famílias gostam de comemorar a data nos parques ou praias. As mais tradicionais fazem banquetes iguais aos nossos no Brasil, com pernil, legumes, molhos”. A principal sobremesa do natal australiano, segundo Giulia, é a Pavlova. “Nada mais é do que um merengue gigante com frutas no topo”, conta.
Outro costume dos australianos é realizar as compras no dia seguinte ao natal, sendo feriado no país. “O Boxing Day é um dos dias mais tradicionais de compras no país, sendo uma tradição que vem desde o século XVII. “É a data onde todas as empresas oferecem descontos incríveis, fazendo com que literalmente esvaziem seus estoques para o próximo ano. De toda forma, entende-se que o Boxing Day é um momento de agradecimento e de gentileza”, finaliza.

 

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