Um momento especial para celebrar o amor entre pai e o filho adotivo. No próximo domingo (13), Luan Henrique da Silva, 33 anos, vivenciará o seu primeiro Dia dos Pais ao lado do pequeno Conrado Gomes da Silva, de 10 anos. Natural de Candelária, mas residindo atualmente em Santa Cruz do Sul, Luan se tornou pai adotivo de Conrado no início de 2023, após uma espera de quatro anos para que o processo de adoção fosse concretizado pela justiça.
Ao lado da companheira, Virgínia de Fátima Gomes da Silva, 36 anos, o casal está vivenciando a experiência de constituir uma família com o menino. Luan conta que há aproximadamente10 anos, Virginia acabou sofrendo três abortos espontâneos que foram causados pela síndrome dos ovários policísticos, um distúrbio hormonal que causa o aumento no tamanho dos ovários com pequenos cistos e que entre os sintomas gera problemas de fertilidade. Virginia realizou tratamento com mudanças na alimentação e praticando exercícios, vindo a se curar do problema de saúde. Luan conta que o casal sempre possuía o desejo de adotar uma criança, mas devido ao problema de saúde de Virgínia, passaram a amadurecer a ideia pela adoção.
Em 2016, o casal foi no Fórum de Santa Cruz do Sul buscar informações sobre a adoção. Luan lembra que no início, eles precisaram preencher uma ficha com diversos dados, mas devido as dificuldades do formulário, acabaram deixaram a ideia de lado. O casal veio morar em Candelária, e passados três anos, retornaram para Santa Cruz do Sul onde decidiram ingressar de vez com o processo de adoção de uma criança.
Os pais contam que encontraram Conrado pelo sistema busca ativa oferecido pelo poder judiciário, pois o menino residia em São Gabriel, e estava disponível para adoção. “Quando fomos considerados aptos, na segunda entrevista aceitamos participar do sistema busca ativa. O Conrado estava neste sistema devido ao seu perfil, com diagnóstico de autismo, não se enquadrava no que as famílias adotantes estavam buscando. Nós demonstramos interesse por ele, e iniciamos as entrevistas e o processo de aproximação com o menino”, relata o pai adotivo, lembrando que no início foram realizadas visitas no abrigo onde o menino estava para conhecer e conversar com a criança. O processo de adoção foi longo até que a guarda do menino fosse concedida em definitivo pela justiça. “O Conrado foi planejado por nós. Esse amor foi sendo construído além de uma gestação convencional, pois foram quatro anos de espera. Não tínhamos ideia da pessoa que viria, do que iria gostar e se algum dia iria nos chamar de papai e mamãe”, destaca Luan.
Com a adoção do menino finalizada, Conrado passou a viver com o casal, sendo um momento de forte emoção para todos. “No dia que fomos buscá-lo, ele estava eufórico e no carro ele se emocionou e chorou. Ele nos disse que era o dia mais feliz da vida dele e que nunca esperava encontrar pais tão legais”, relembra o pai.
Luan conta que no início, o casal teve dificuldades, o que é bastante normal, mas que foram superadas com base no amor e carinho com o menino. “É uma criança com uma grande bagagem. Poderia ser mais difícil em relação a tudo o que ele já passou, mas não. Ele é alegre, espontâneo com tudo o que faz, é muito educado. A adaptação, no geral, foi ótima, sendo um grande aprendizado. Ele se entrosou bem com à família e desde do primeiro dia, ele é nosso filho”, frisa o pai.
“O Conrado preencheu as nossas vidas”
Sobre o autismo do menino, Luan conta que Conrado possui autismo leve, de grau um (1), e que no período que estava no abrigo, o menino possuía limitações por falta de oportunidades. “Devido à pandemia, ele não tinha muito acesso a terapias e cobrança por estudo dentro do abrigo. Passados cinco meses que ele está com a gente, ele evoluiu muito com a leitura e escrita, já socializa muito bem e não tem problemas em abraçar ou tocar nas pessoas, sendo uma criança bem carinhosa”, afirma.
O pai relata ainda que a rotina da família mudou com a chegada do menino. “Antes de tudo, não tínhamos horário para nada e agora temos horário para tudo. Conrado é regrado com seus horários para dormir, acordar e comer”. Questionado sobre como é viver a experiência de ser pai, Luan conta que tem sido incrível. “Ele é uma criança maravilhosa que carrega uma bagagem consigo, e mesmo assim transborda amor, sempre carinhoso com um sorriso no rosto. Ser pai do Conrado é incrível. Sobre as responsabilidades que a paternidade exige, o pai afirma ser um propósito de vida. “O Conrado preencheu nossas vidas, preenche todos os dias. É alguém que nos coloca pra cima mesmo nos momentos difíceis. É tudo de bom mesmo, pois ele é uma criança incrível. O Conrado é puro amor”, descreve.
Ao finalizar, Luan deixa uma mensagem de otimismo para todos os pais. “Neste Dia dos Pais, que a gente possa celebrar como pais biológicos e adotivos, que abraçam seus filhos com amor e carinho, mostrando que o vínculo de amor não tem fronteiras”.