Na Itália, Krisna vive de perto o caos causado pelo coronavírus

Ex-moradora de Candelária, que vive na Itália, revela a situação do país mais atingido pela pandemia do coronavírus no mundo

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Química conta como está sendo trabalhar em meio a pandemia do coronavírus (Fotos: Divulgação/JC)

Um dos países que mais sentiu a força do coronavírus (Covid-19), até então, foi a Itália. O número de pessoas mortas por lá já passa de oito mil. Se pelos noticiários a situação é assustadora, imagine para quem vive de perto a situação. Ex-moradora de Candelária, a química Krisna Pereira, vive há 10 anos em Milão e tem convivido com o caos sanitário no país e as duras restrições do governo para tentar controlar a situação desesperadora.

Há cerca de um mês o governo italiano impôs algumas medidas drásticas como o fechamento das escolas, museus, parques, clubes, restaurantes, bares, lojas, shoppings e cancelados os eventos culturais e esportivos. Apenas ficaram abertos hospitais, supermercados e farmácias. Foi proibido o aperto de mão e qualquer tipo de contato físico entre as pessoas e exigido a distância mínima de um metro. As fronteiras também foram fechadas.

Desde então Milão, uma das maiores cidades da Itália, conhecida também como a capital da moda, do trabalho, do turismo e das festas, tem convivido com o vazio. Lá, poucas pessoas possuem autorização para sair de casa. As polícias estão nas ruas com muito controle e quem é pego sem autorização leva multa e responde a processo penal. Só pode sair na rua por motivo de trabalho, saúde ou mercado.

Krisna é uma das poucas moradoras que tem autorização para sair de casa e ir ao trabalho. A empresa em que ela trabalha também é uma das poucas que tem autorização do governo para continuar em funcionamento, pois é uma indústria cosmética. Já o marido dela que é personal trainer precisa ficam em casa, assim como praticamente toda a população. Lá as academias foram as primeiras a fechar. O restante da população só tem autorização para ir ao mercado e farmácia, quando há necessidade.

Ruas e pontos turísticos de Milão tem ficado vazios

Conforme conta a gaúcha natural de Tuparendi, que cresceu em Candelária, a situação no país que escolheu para morar é muito triste. “Ver a cidade completamente vazia e ouvir somente as ambulâncias de um lado para outro é muito triste e preocupante. Não tem mais lugar, não tem mais posto para atender as pessoas doentes que estão chegando. Aqui são quatro mil novos casos positivos por dia”, revelou.

Mortes, isolamento e recado aos brasileiros

O que os italianos e diversos outros países do mundo estão vivendo por conta do coronavírus, deve servir de lição aos brasileiros. Conforme conta Krisna faz um mês que o país está fechado e as pessoas trancadas dentro de casa e, mesmo assim, não está adiantando. “Aqui são quase 700 mortes todos os dias. Os hospitais estão com filas de ambulâncias nas portas porque não têm como descarregar os doentes, pois os corredores já estão cheios. Os caminhões do exército estão carregando os corpos dos mortos para serem cremados, porque não tem mais espaço nos cemitérios”, conta.

No Brasil, a situação até então é um pouco mais tranquila, porém as pessoas precisam seguir as orientações dos governantes para que o pior não aconteça. “É muito triste isso tudo que está acontecendo, todas essas mortes, o pessoal do sistema sanitário já não aguenta mais trabalhar sem um minuto de trégua. Vejo reportagens de alguns médicos e enfermeiros que acabam o turno com os rostos queimados de tantas horas usando máscaras. Médicos já de certa idade que dizem que nunca na vida tinham visto tanto sofrimento e tantas mortes”, comenta.

Segundo ela, o sistema sanitário no Brasil não está preparado para enfrentar o que está acontecendo na Itália e outros países. Então, a orientação dela é para seguir as recomendações e se trancar dentro de casa. “Não tem remédio, nem vacina e não vai ter por enquanto. Então, o único modo de não ser contagiado é ficar dentro de casa, qualquer cuidado é pouco”, aconselha.

Texto: Matheus Haetinger

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