Se você já se sentiu cercado por uma quantidade imensa de drosophilas — espécie mais conhecida como mosquinha da fruta —, saiba que não está sozinho. “Essas mosquinhas são bem chatas, ficam incomodando. Tanto no meu trabalho quanto em casa, é a mesma coisa. Elas não escolhem lugar, estão por toda parte”, desabafa Camila de Souza, atendente comercial que trabalha no Centro e mora no Rincão Comprido. “Não tinha uma pessoa que não estivesse reclamando dessas mosquinhas”, acrescenta.
O desconforto causado pelas drosófilas também é compartilhado pela vendedora Suelen Schultz: “É bem complicado sentar para tomar um chimarrão no fim da tarde. Eu também tenho cachorro, e parece que tem ainda mais mosquinhas ao redor deles. É uma situação chata até para os bichos, que não conseguem ter sossego”.
Para o professor universitário da Unisc, Andreas Köhler, do Departamento de Ciências da Vida, o aumento expressivo desses insetos está relacionado ao clima — neste caso, a combinação de um período prolongado de estiagem seguido por um aumento da umidade e da presença de materiais em decomposição.
Relação com a enchente
Embora Köhler descarte uma relação direta entre o aumento das mosquinhas e a enchente do ano passado — devido ao ciclo de vida curto desses animais —, ele aponta uma possível conexão indireta. “Pode ser que a vegetação tenha produzido mais frutas neste ano por causa da enchente”, observa. Assim, há mais material orgânico disponível, como laranjas e bergamotas, que servem de alimento para esses pequenos invasores.
O biólogo Cristian Pacheco também confirma o aumento de drosófilas em Santa Cruz do Sul e na região relacionando o fenômeno à estiagem. “Normalmente, elas se proliferam com o calor e o tempo seco. Outro fator é que a estiagem reduz o número de predadores naturais, como sapos, rãs e pererecas”, destaca. Para ele, a situação tende a melhorar com o aumento dos dias chuvosos. Köhler complementa, apontando o frio como outro fator que contribui para afastar as indesejáveis mosquinhas.
O que fazer
Não é preciso usar veneno. Dicas do professor Andreas Höhler:
– Óleo de citronela
– Óleo de cravo
– Demais óleos repelentes
Deixe perto de frutas