Objetos históricos como moedas fora de circulação, objetos de trabalho antigos, bem como fotografias e quadros que remetem ao passado, chamam a atenção de colecionadores, curiosos, admiradores e apaixonados pela história. Muitos, inclusive, influenciados por programas de sucesso da TV fechada, veem nesses itens uma oportunidade de fazer dinheiro.
Na internet, não é pouco o número de pessoas que buscam por itens dos mais variados. Muitos colecionadores pagam altos valores para ter objetos que possuem valor e relevância histórica em sua prateleira e fazem uma busca incessante para encontrar esses objetos em acervos ou num simples galpão. O incomum, no entanto, é encontrar eles por acaso, no pátio de casa. Esse foi o caso da agricultora Verena Wendler, de 47 anos.
Era apenas mais um dia normal na vida da agricultora. Ela estava em sua propriedade, na localidade do Quilombo, interior de Candelária, quando ao circular pelo pátio de sua casa, se deparou com um objeto brilhante e diferente de tudo que ela já havia encontrado e que pode valer muito dinheiro. O achado ocorreu há cerca de um mês. O objeto em questão era uma moeda de 500 Réis, cunhada no início do século XX, entre os anos de 1922 e 1923. “Estava ao lado de um pé de bergamota, um lugar onde minha família costuma circular bastante. Nós já capinamos, fizemos limpeza em todo aquele lugar, ela simplesmente apareceu por ali”, contou.
Verena ainda salienta que é comum encontrar objetos desse tipo em meio à lavoura, mas que em um lugar dentro do próprio pátio de casa é a primeira vez. “Não acreditei. Já encontramos outros itens, mas é a primeira vez que aparece algo assim em um lugar onde sempre estamos passando e onde já vivemos por bastante tempo, o que foi muito legal”, destaca.
Sobre o que fazer com a moeda, Verena ainda não decidiu ao certo. “Queria vender, mas não sei ainda quanto vale. Por enquanto vou manter ela comigo”, salientou.
HISTÓRIA
Prestes a completar um século, a moeda de 500 Réis curiosamente trata-se de um objeto comemorativo. Ela foi lançada em 1922 pelo Tesouro Nacional em alusão ao Primeiro Centenário da Independência do Brasil. A sua fabricação foi realizada pela Casa da Moeda, no Rio de Janeiro, no qual foram produzidas, na época, cerca de 13.744.000 unidades. Há ainda as versões de 1000 Réis e 2000 Réis.
Ela é feita em bronze-alumínio e carrega as gravuras dos bustos de D. Pedro I e do presidente da época, Epitácio Pessoa, na parte frontal da moeda. Eles são envolvidos pela inscrição ACCLAM. DA INDEPENDENCIA – X PRESID. DA REPÚBLICA – BRASIL. Na parte traseira, além do valor (500 Réis), aparecem uma tocha com dois ramos, um com coroa e outro com barrete da liberdade, além das datas 1822 e 1922. Ela apresenta os dizeres 7 de setembro e 1º Centenário da Independência.
Valor do item histórico pode chegar até R$1.800,00
Hoje em dia o item, apesar do alto número variedades que ainda estão em circulação, é considerado raro. E ainda chama atenção de inúmeros colecionadores. Principalmente as versões mais raras. No entanto, com o grande número de peças fabricadas, há uma desvalorização.
De acordo com a classificação utilizada no mercado de moedas antigas, que variam de Flor de Cunho (estado quase perfeito) à Um Tanto Gasta, o valor avaliado para a moeda comemorativa vai de R$ 10 até R$ 1,8 mil. Esses valores estão catalogados no livro de Moedas do Brasil, que podem ser acessados através da internet.
As moedas de maior valor têm esse custo devido à sua raridade. Elas contém poucas unidades e carregam consigo erros de impressão. Invés do Brasil, com a letra R, foram cunhadas a palavra BBASIL, com “B”. O valor, no entanto, varia também de acordo com a conservação. Moedas em bom estado de apresentação possuem maior valor, pois apresentam os detalhes que os colecionadores admiram. A encontrada por Verena apresenta todos os detalhes e está em bom estado de conservação, apesar de ter sido encontrada no chão. Uma avaliação de um especialista pode ajudar a classificar o seu valor.
