
Há pouco mais de uma semana, a família da estudante candelariense Natália Koenig Neto, de 17 anos, está vivendo momentos de apreensão e convivendo com o sentimento de impotência. O motivo é o fato de a garota estar retida em uma instituição internacional de proteção para menores nos Estados Unidos, desde quinta-feira (15). Isso aconteceu quando ela cruzou a fronteira com o México, retornando ao território americano de um passeio com familiares. O veículo foi parado e a jovem separada da família.
Natália estava com um visto de turista de seis meses desde fevereiro, em Houston, visitando o tio, Felipe Neto, também candelariense, mas com cidadania americana. Ele vive há mais de 20 anos no Estado do Texas. De acordo com a tia de Natália, Mara Neto, que acompanha a situação daqui, as autoridades americanas não informaram com exatidão o motivo da retenção da estudante, apenas pontuaram irregularidades no visto dela e julgaram que os tios apresentavam atitudes suspeitas relacionadas a tráfico de pessoas.
O pai de Natália, Marcelo Neto, mora em Cachoeira do Sul. Ele, assim como outros membros da família, está empenhado em fazer contato com autoridades e pessoas influentes tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos. As últimas informações que tiveram dão conta de que Natália está Chicago – a mais de dois mil quilômetros do local onde foi separada dos tios – em uma instituição internacional de proteção para menores, destinada exclusivamente a meninas. “Pelo menos isso nos deixa mais tranquilos, saber que ela está bem. Mas, de qualquer forma, precisamos libertá-la o mais rápido possível”, disse Mara.
Segundo a tia, as autoridades americanas apresentaram a Natália a alternativa da deportação como meio mais rápido de sair da instituição. A jovem aceitou a proposta, mas, mesmo assim, não há uma data definida para o retorno dela ao Brasil. Esse tipo de informação, ainda que escassa, chega até a família através de telefonemas de Natália para o pai. As ligações, no entanto, são monitoradas, o que impossibilita uma conversa tranquila e esclarecedora. O primeiro contato aconteceu somente 48 horas depois da retenção.
COMPLICAÇÕES
Segundo a família, Natália estava com passaporte e visto em dia. Desde fevereiro em Houston, hospedada na casa dos tios, ela chegou a frequentar a escola lá e agora estava em férias. De acordo com Mara, isso chegou a causar mal entendidos depois da retenção, mas não foi o motivo do ocorrido. A tia acredita que a jovem tenha sido submetida a interrogatórios e conta que, durante os telefonemas, ela chora e se demonstra muito abalada emocionalmente.
Nos EUA, o tio Felipe está se cercando de munições legais e entrando em contato com advogados, na tentativa de agilizar uma visita ou, ainda, o embarque de Natália para o Brasil.