
Em março, o volume de vendas do Varejo Restrito brasileiro teve recuo de 2,5% frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, marcando o pior resultado para março desde 2003. Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, a qual consulta estabelecimentos que tenham no mínimo 20 pessoas ocupadas, frente ao mês de março de 2019, o índice de volume de vendas apresentou queda de 1,2%. No acumulado em 12 meses houve crescimento de 2,2%.
No Rio Grande do Sul (RS), comparado ao mês anterior, o Varejo Restrito teve queda de 5,1%, na série dessazonalizada. Em relação ao mês de março do ano passado, houve retração de 6,2%. Com esses resultados, o acumulado em 12 meses foi de 0,7%.
No Varejo Ampliado, que inclui as atividades de material de construção e veículos, motos, partes e peças, frente a março de 2019, foi verificada baixa de 6,4% para o Brasil (BR), ao passo que no RS a queda foi de 13,6%. Dessa forma, o volume de vendas do Varejo Ampliado registrou no acumulado em 12 meses altas de 3,3% no país, e 0,5% no Rio Grande do Sul.
Analisando o Varejo Restrito gaúcho, apenas dois dos oito segmentos contemplados na pesquisa não tiveram queda em seu volume de vendas, na comparação interanual – Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,8%). Entre as baixas, a de maior magnitude foi verificada no segmento de Tecidos, vestuário e calçados (-52,9%), seguida por Livros, jornais, revistas e papelaria (-29,9%), Móveis e eletrodomésticos (-28,1%); entre as retrações, a de Combustíveis e lubrificantes foi a de menor intensidade e ainda assim registrou -12,5%. No Varejo Ampliado, a atividade de veículos, motos, partes e peças teve baixa de 37,6%, enquanto no segmento de materiais de construção o recuo foi de 19,6%.
A PMC de março mostra o difícil e crítico quadro que o Comércio passou a enfrentar a partir da segunda metade de março com as medidas de isolamento social para o combate ao Covid-19. Com o fechamento total de atividades não essenciais, os dados por segmento deixam claro que o desempenho dos hiper e supermercados, com a corrida das famílias para antecipar compras, impediram uma queda mais brusca no Varejo – que teve contribuição positiva, mas muito menor, também das farmácias; para os demais segmentos, a situação é dramática, como fica evidente ao observar o Vestuário, que teve queda recorde na série histórica na comparação interanual, tanto no Brasil quanto no RS. Cabe destacar, ainda, que os efeitos do modelo de distanciamento social adotado começaram a ser sentidos a partir dos últimos dez dias de março, de forma que os resultados ainda não refletem de forma completa as perdas do setor – algo que deverá ficar mais evidente na PMC de abril, já que durante boa parte desse mês o Comércio permaneceu fechado.
Fonte: Fecomércio/RS