Igor está precisando da sua solidariedade

Menino convive com o diagnóstico de paralisia cerebral e família sofre com dificuldades financeiras

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Foto: Heloisa Corrêa/JC

O que era para ser um dia de alegria tornou-se meses de agonia e anos de paciência, para encarar o enfrentamento de inúmeras dificuldades que apareceram pelo caminho. Mesmo assim, o casal de agricultores, moradores da localidade de Picada Karnopp, Marivani e Flávio Rodrigues, fazem o possível – e quase o impossível – para dar condições de vida digna a Igor, filho diagnosticado com paralisia cerebral há quatro anos, e para os outros três que moram com o casal e ainda estão em idade escolar.

Aos 14 anos, Igor também devia ir à escola, mas desde o dia 13 de dezembro de 2014, ele não pode mais sair de casa. Naquela data, ele sofreu um afogamento no Balneário Taquaral, em Arroio do Tigre, durante uma excursão da Escola Estadual de Ensino Fundamental Cristo Rei, da localidade de Vila União. Foram pelo menos 15 minutos embaixo d’água. Isso, alinhado com as diversas paradas e reanimações respiratórias e cardíacas, deixou a paralisia cerebral como sequela do acidente.

A nova condição de Igor fez com que a mãe se desdobrasse de maneira sobrenatural. Ela aprendeu a manusear e higienizar a sonda gástrica, pela qual passa toda a alimentação dele. O mesmo serviu para a traqueostomia, que auxilia o menino a respirar. A maior dificuldade de Marivani, porém, é conviver com o silêncio total e a falta de movimentos do pré-adolescente, que é limitado a revezar entre a cama e uma cadeira de banho.

Ele também sofre com a imunidade baixa, que o coloca diversas vezes em situação de risco, com febre e pneumonia. Além disso, ele não consegue dormir direito e precisa de medicação para induzir ao sono. “Eu também passo as noites em claro”, lamentou. Marivani agradece todos os dias pelo fato de o filho ter sobrevivido ao afogamento. Ela evoluiu e sabe que ele precisa muito dela. “Mas eu rezo pra que ninguém mais passe por isso”, afirmou.

A mãe de Igor chegou a ser encaminhada para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), mas ela não conseguiu se manter em tratamento, em razão do custo de se deslocar até a cidade semanalmente, além de ter que se afastar do filho por quase um dia todo. “Não foi fácil, mas eu aceitei. Agradeço a Deus por ter ele aqui comigo, mesmo que seja assim”, disse, chorando.

ANTES E DEPOIS
Assim como a vida de Igor, a da família também mudou muito. O mais difícil para os pais é relembrar o quão ativo era o filho. Assim como os outros, dividia sua dedicação aos estudos e ao trabalho junto à propriedade. Hoje, o garoto é o centro das atenções, tanto de Marivani e Flávio quanto dos irmãos. Eles ajudam a preparar o alimento a ser digerido por Igor, na movimentação do irmão acamado e demonstram seu amor através de gestos de carinho.

Outro desafio para a família é a questão financeira. Devido à sua condição de invalidez, Igor recebe mensalmente um salário mínimo através do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e essa é a renda que tem sustentado a família de seis pessoas, já que o menino precisa de acompanhamento constante da mãe, impossibilitando ela de trabalhar. Já o pai não pode ter nenhuma renda, para que Igor continue apto a receber o BPC. “Com o dinheiro pagamos comida, luz, remédios, fralda e qualquer outra coisa que precisamos”, disse.
A família chegou a ingressar com uma ação solicitando indenização do balneário e do Estado, mas, devido à burocracia, o caso ainda não se desenrolou. A morosidade do sistema público de saúde também é um agravante. A cada seis meses, Igor precisa ser levado a Porto Alegre, no Hospital de Clínicas, para a troca da traqueostomia e isso demanda um desgaste muito grande, desde a marcação do procedimento, até garantir um veículo para o deslocamento.

Por outro lado, há quem auxilie na garantia do mínimo conforto de Igor. A cama em que ele dorme, por exemplo, foi doada pelo hospital. Devido ao uso intenso, no entanto, já precisa ser trocada.

CAMPANHA

O Jornal de Candelária se solidarizou com as condições enfrentadas por Igor e sua família, moradores da localidade de Picada Karnopp. Por isso, convoca a comunidade candelariense a se engajar em mais esta causa e facilitar um pouco a rotina deles. Abaixo, está uma lista dos itens mais essenciais para Igor e a família. Aqueles que tiverem interesse em doar podem deixar os produtos na sede do Jornal de Candelária, localizada na Rua Pinheiro Machado, 262. Veja com o que ajudar:

>> Remédio Neoleptil
>> Remédio Vaclofeno
>> Alimentos em geral
>> Leite Isosource 1.5 Nestlé
>> Cama hospitalar
>> Colchão piramidal
>> Panos para higienização
>> Fraldas geriátricas (Tena)

2 COMENTÁRIOS

  1. Vamos ajudar gente..!! O povo de Candelária é solidário e tenho certeza que vai ajudar a amenizar um pouco situação do Igor e desta família. Também o poder Publico pode fazer bem mais..é para isso que serve o dinheiro do contribuinte.
    Parabéns a repórter pela bela matéria e pelo JC por ceder o espaço em prol de quem precisa..!!

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