Hospital suspende cirurgias eletivas e internações de saúde mental

Governo Estadual não encaminha recursos para a casa de saúde há quatro meses

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Dos 30 leitos da Unidade de Saúde Mental do município, apenas seis estão disponíveis para atendimento. (Fotos: Matheus Haetinger/JC)

O atraso nos repasses do governo do Rio Grande do Sul para a saúde já afeta os serviços do Hospital Candelária. Desde o início deste mês, a Casa de Saúde não realiza cirurgias eletivas e também suspendeu novas internações na Unidade de Saúde Mental. Conforme a administração do Hospital, o Estado não repassa recursos há quatro meses. O valor devido chega próximo a R$ 1 milhão. Sem contar a transferência de recursos atrasados à secretaria municipal de Saúde que ultrapassa os R$ 400 mil.

A dívida com os hospitais e Santas Casas corresponde aos meses de agosto, setembro, outubro e novembro e beira os R$ 500 milhões. Conforme o diretor administrativo do Hospital de Candelária, Aristides Feistler, cerca de 90% dos atendimentos realizados pelo hospital é pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E com esses recursos atrasados fica difícil manter o serviço. “Não tem como ficar produzindo sem esses recursos. É uma falta de responsabilidade do governo com a população. A saúde pública vai entrar em colapso”, ressalta.

Para que os serviços de urgência e emergência não fossem interrompidos, a administração do Hospital Candelária resolveu paralisar as atividades em alguns serviços que não são tão urgentes. Contudo, se a situação financeira não for resolvida com o pagamento dos valores em atraso, Feistler não descarta em última hipótese, fechar as portas do Hospital. “É uma situação bastante difícil para os hospitais que fazem malabarismos diários para manter as portas abertas”, lamenta.

Conforme o diretor administrativo do Hospital de Candelária, Aristides Feistler, não é de hoje que o Estado atrasa os repasses. “Na verdade o Estado nunca cumpriu o cronograma. Em 2015 vários pagamentos estavam atrasados e aí foi feito um empréstimo junto ao Banrisul para quitar a dívidas com os hospitais e Santas Casas”, afirma. Em 2016 e 2017 também não foi diferente e os recursos não foram repassados em dia.

Governo do Rio Grande do Sul deve quase R$ 1 milhão para o Hospital Candelária

Redução de leitos e suspensão de cirurgias

Na Unidade de Saúde Mental apenas seis leitos estão disponíveis, que são mantidos com recursos federais. Os outros 24, que são mantidos pelo Estado, não estarão recebendo novos pacientes até que o Estado normalize os repasses. Contudo, os 19 pacientes continuarão sendo atendidos. O município é referência em saúde mental e só no ano de 2017 atendeu mais de 40 cidades de todo o Rio Grande do Sul.

Já as cirurgias eletivas suspensas são de colecistectomia (vesículas) e herniorrafia (retiradas de hérnias). As demais consultas e procedimentos como de oftalmologia estão ocorrendo normalmente. Para esse tipo de especialidade o calendário de agendamento será mantido. Os partos também estão confirmados no Hospital Candelária. Além das gestantes do município, a Casa de Saúde recebe pacientes de Herveiras e Vale do Sol.

Receita
Quase toda a receita, cerca de 90%, que entra ao Hospital Candelária é do sistema público de saúde. Os repasses do Estado correspondem a 30% da receita do Hospital Candelária. O restante é completado por verbas federais (40%) e por municipais (20%). Os outros 10% são de convênios de IPE e Unimed e de atendimentos particulares. Todos os demais repasses da União e município têm sido mantidos em dia, e, por isso, a casa de saúde está conseguindo manter as portas abertas.

Conforme o diretor administrativo Aristides Feistler, Estado costuma atrasar os repasses

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