Grupo une esforços para transformar realidades

Violação de direitos, violência e negligência são alguns dos focos do atendimento da Rede/Raps

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Integrantes realizam diversas ações em prol do acolhimento comunitário. Foto: Marcel Lovato/JC

Poucos candelarienses conhecem, mas um trabalho coletivo de suma importância e focado no atendimento ao cidadão. Trata-se da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), do Ministério da Saúde. No município, é denominada Rede/Raps e o foco não se restringe ao âmbito da promoção e do acesso das pessoas à saúde. A amplitude é maior.

O trabalho envolve todos os setores ligados às secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação, além do Conselho Tutelar, e é realizado por integrantes ligados aos respectivos órgãos, de forma intersetorial. Na primeira sexta-feira de cada mês, o grupo se reúne e discute as melhores estratégias para diferentes situações.

De acordo com a assistente social e chefe da Unidade de Saúde Mental do Hospital Candelária, Fernanda Pires, o atendimento é voltado especialmente para casos de violação de direitos, violência, negligência de todas as faixas etárias , além de outras questões relacionadas ao núcleo familiar. Em comum, o fato de serem assuntos extremamente delicados.

Solução dos problemas

Dessa forma, de acordo com a secretária municipal de Assistência Social, Marta Emmel, a Rede/Raps une todos os esforços de cada área para atender a demanda, com responsabilidade e voltado para a solução dos problemas. “O trabalho em conjunto proporciona uma melhor articulação dos serviços e atenção integral. Cada caso recebe um atendimento específico, de acordo com a necessidade”, explicou.

Alguns aspectos merecem destaque. A comunicação entre as integrantes é facilitada, pois cada uma também faz parte de outros conselhos municipais e as situações são conhecidas. Em 2018, a Rede/ Raps se fortaleceu ainda mais porque as participantes se capacitaram por meio de um curso de 40 horas realizado pelo Centro de Educação Profissional da Universidade de Santa Cruz do Sul (Cepru/Unisc). A cada bimestre, são feitas reuniões com o juiz e promotor, para encontrar o caminho mais correto.

Trabalho ético e intenso

A psicóloga e coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Graziele Mahl, afirmou que o trabalho é totalmente norteado por questões técnicas de todas as áreas envolvidas, sem “achismo”. Desta forma, nenhuma decisão é tomada sem a realização de um profundo debate em conjunto.

Sendo assim, são aplicadas políticas públicas de proteção e socialização das pessoas atendidas. “Há todo um necessário cuidado, pois estamos lidando com vidas. Consequentemente, tudo é tratado com absoluto sigilo e ética”, salienta Graziele. Esses pontos são considerados primordiais pelo grupo.

A conduta irrepreensível de todas as envolvidas aliada ao grande comprometimento são fatores preponderantes para se chegar aos resultados esperados. Dessa maneira, a tendência é de que sejam obtidos mais rapidamente.

Acompanhamento contínuo

Além da transparência das atividades, Marta fez questão de ressaltar o engajamento e a intensidade do grupo. Todo o acompanhamento é feito de maneira contínua, pois o histórico de cada família fica registrado em um banco de dados específico e auxilia em eventuais consultas. “É fundamental esclarecer que a a ação não visa tornar os atendidos dependentes de caridade e outras ações deste tipo.

Nossa intenção ajudá-los a buscar, com dignidade, alternativas para a sustentação própria. E, a partir disso, possam recomeçar a vida e deixar toda uma rotina de sofrimento para trás.”, frisou a secretária. Foi ressaltado que os processos não acontecem da noite para o dia. Cada caso requer um tempo específico, cuja variação depende da mentalidade de cada pessoa, gravidade da situação e do que será preciso fazer para alterar o panorama. Paralelamente, não há solução para tudo, porém, a desistência jamais é cogitada.

Atenção de gestores e população

Com a divulgação do trabalho, a intenção das profissionais da Rede/Raps é sensibilizar demais gestores e a comunidade sobre a importância e amplitude das ações executadas, bem como difundir a informação.

A partir da propagação e do conhecimento da população candelariense , a expectativa é de que mais situações de vulnerabilidade sejam denunciadas. Graziele salientou que isso deve ser feito para o Creas, Cras ou Conselho Tutelar, mesmo se for apenas uma suspeita. Essa dúvida pode fazer toda a diferença no desfecho de cada história. A ação é o fio condutor da seguinte premissa: “enquanto cidadãos, todos temos a obrigação de falar a verdade.” Baseado nos apontamentos, a equipe fará visitas aos locais indicados e tomará as medidas cabíveis em cada caso.

 

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