Grupo internacional pesquisa fósseis raros

PALEONTOLOGIA | Objetivo principal é explorar a região, fazendo um estudo da evolução dos mamíferos por meio desses fósseis únicos

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Grupo esteve em Candelária para estudos de fósseis raros encontrados na região Foto: Mariana Bataioli/JC

No último sábado (29), Candelária recebeu uma equipe internacional de pesquisadores interessada em estudar fósseis raros encontrados na região. Liderado pela paleontóloga britânica Emily Rayfield, da University of Bristol, o grupo contou com a presença dos especialistas Angel Dona, Cezar Schultz e Pedro Fonseca, da UFRGS; Andre Rowe e James Rawson, também da University of Bristol; Voltaire Dutra Paes Neto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/UNIPAMPA); e do argentino Agustin Martinelli, do Museu Argentino de Ciências Naturais. O principal objetivo da visita foi analisar fósseis de cinodontes, um grupo de animais pré-mamíferos que habitaram a Terra há milhões de anos e são fundamentais para compreender a evolução dos mamíferos modernos.

A equipe foi recebida pelo curador do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, Carlos Rodrigues, e pela presidente da Câmara Municipal, Jaira Diehl, que presenteou a Dra. Rayfield em sinal de boas-vindas. A pesquisadora já havia visitado a cidade em 2017 e destacou novamente a relevância dos fósseis encontrados na região.

Segundo Emily Rayfield, os fósseis de Candelária são únicos no mundo, revelando informações essenciais para o estudo evolutivo. “Os fósseis desta região são únicos no mundo e nos revelam informações muito interessantes e importantes sobre a evolução dos mamíferos — mamíferos como nós, humanos, além de ovelhas, gatos e cachorros. Esses materiais são essenciais para entendermos características fundamentais dos mamíferos, como dentes, mandíbulas e ouvidos, e como essas estruturas surgiram ao longo da evolução”, explicou.

A paleontóloga também comparou os fósseis locais com aqueles encontrados no sudoeste da Inglaterra, destacando semelhanças importantes entre ambos. “Na região onde vivemos, em Bristol, existem fósseis de idade bastante semelhante, pertencentes a animais que estavam quase se tornando mamíferos, mas ainda não eram completamente. Esses fósseis também fornecem informações valiosas sobre dentes e mandíbulas. Temos estudado esses materiais em paralelo com os fósseis incríveis desta região, reunindo assim informações mais completas sobre a origem dos mamíferos”, acrescentou.

Após a passagem por Candelária, a equipe seguirá para a Argentina, onde realizará novas incursões científicas em regiões próximas à Cordilheira dos Andes.

Tecnologia a favor da ciência

O estudo conta com o auxílio de inteligência artificial e aprendizado de máquina para facilitar a análise dos fósseis. Rayfield explica que essas tecnologias estão tornando o processo de identificação das estruturas anatômicas mais eficiente. “Estamos usando IA e aprendizado de máquina para identificar os ossos e articulações dos fósseis, o que nos ajuda a entender suas localizações no corpo e a identificar suas funções nas criaturas”, afirma.

Além do trabalho no museu, os pesquisadores também realizaram atividades de campo. No período da tarde, a equipe se deslocou até ao Campo da Estância, onde foram encontrados novos fósseis. No domingo, visitaram Novo Cabrais e, no retorno, passaram pela localidade de Vila Botucaraí, onde mais achados foram registrados. Todos os fósseis recolhidos permanecerão no Museu Municipal para estudos mais aprofundados.

 

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