
Após uma série de conversas realizadas na segunda-feira (15) com prefeitos e de reuniões do Gabinete de Crise, o governador Eduardo Leite anunciou, em transmissão ao vivo pelas redes sociais na tarde de terça-feira (16), algumas mudanças na sistemática de anúncio e confirmação das bandeiras do Distanciamento Controlado.
Antecipando o processo de coleta e divulgação dos dados, o governo abrirá um prazo para eventual questionamento pelas regiões. A fórmula do cálculo, entretanto, não será alterada.
Para dar uma oportunidade de discussão sobre os dados e as consequentes bandeiras antes de entrarem em vigor, o governo decidiu antecipar a coleta de dados dos 11 indicadores de propagação de coronavírus e da capacidade de atendimento de saúde para quinta-feira e rodar os cálculos do modelo na sexta-feira. A partir disso, será aberto um prazo até o início da manhã de segunda-feira para que os municípios apresentem eventual divergência nos números.
Na sequencia, a sistemática do modelo passa a incluir nova etapa: uma reunião do Gabinete de Crise, na segunda-feira pela manhã, para analisar os dados e decidir se o recurso é pertinente. No mesmo dia, à tarde, o governador fará o anúncio definitivo do mapa, que será vigente a partir de terça até a segunda-feira posterior.
“Os prefeitos irão tomar conhecimento da situação da sua região na sexta-feira e poderão, regionalmente, recorrer do cálculo, apresentando sua contestação e apontando erros, omissões e revisões na planilha de monitoramento. Com isso, criamos uma instância recursiva. E as ponderações serão analisadas antes de serem oficializadas”, explicou Leite.
O governador aproveitou o anúncio das mudanças para reforçar a importância de municípios e hospitais terem cuidado e atenção no lançamento dos dados e das informações no sistema que embasa o cálculo do Distanciamento Controlado.
“É fundamental que os dados representem exatamente aquilo que estão vivenciando nas cidades. As informações precisam estar bem apuradas e respaldadas para que possamos rodar o modelo com precisão e ter uma estratégia realmente efetiva de enfrentamento ao coronavírus, fazendo as restrições na proporção necessária, não mais nem menos, para mantermos o equilíbrio de preservação da vida com a atividade econômica”, ponderou o governador.
Até a última rodada do Distanciamento Controlado, as coletas de dados eram na sexta, os cálculos das bandeiras eram feitos e divulgados no sábado para entrarem em vigor na segunda-feira.
As mudanças anunciadas serão parcialmente incluídas na sétima rodada do modelo. As próximas bandeiras ainda serão divulgadas sábado (20), mas o prazo para que as regiões entrem com recurso já será aberto, até segunda-feira (22). Com isso, a atualização no mapa será válida somente a partir da terça-feira. Na semana posterior, a coleta de dados será antecipada para quinta, antecipando o cronograma de divulgação e ampliando o prazo de recurso.
Mudanças em bandeiras foram apresentadas após contestações dos municípios
A partir da agenda de diálogo com prefeitos das quatro regiões que passaram para bandeira vermelha nesta semana, apontando risco epidemiológico alto e, portanto, restrições mais rígidas para conter o coronavírus, o governo do Estado revisou os dados da sexta rodada do modelo de Distanciamento Controlado e anunciou duas mudanças nesta terça-feira (16).
Com a contabilização de novos leitos na região de Santa Maria e da recontagem de casos na região de Santo Ângelo, as regiões voltaram à bandeira laranja (risco médio). Por outro lado, a revisão não alterou a classificação das regiões de Caxias do Sul e de Uruguaiana, que seguem com a cor vermelha. O retorno às bandeiras laranja já está em vigor.
A mudança da região de Santa Maria diz respeito a um atraso na alimentação do sistema. Quando os dados foram contabilizados, na última sexta-feira (12/6), não havia ainda o registro de sete leitos vagos na região. O dado alterou o resultado do modelo, que concluiu que havia déficit na oferta de atendimento hospitalar nos 32 municípios da região de Santa Maria. Depois da ponderação de prefeitos e da análise do Gabinete de Crise, a região de Santa Maria foi recolocada na bandeira laranja, que representa risco epidemiológico médio para o coronavírus.
Na região de Santo Ângelo, o que culminou no retorno à bandeira laranja é o fato de, dos 15 casos computados de hospitalizações por Covid-19, cinco pertencerem à semana anterior. Além disso, ao observar a curva de casos na macrorregião Missioneira, onde se localiza a região de Santo Ângelo, percebe-se uma estabilidade no número de internações.
Por outro lado, as regiões de Caxias do Sul e de Uruguaiana seguiram com bandeira vermelha. Em Uruguaiana, mesmo com a inserção de sete leitos da macrorregião, o número não é suficiente para que o cálculo aponte mudança na classificação final de bandeira.