
Desde a noite de quarta-feira (19), quem entrar no ginásio do Colégio Medianeira vai encontrar uma placa fixada na parede ao lado da porta. Nela, a informação de que, agora, o espaço passou a ser chamado de Ginásio de Esportes João Corrêa, em homenagem ao ex-funcionário da escola, pela dedicação ao longo de 22 anos de atividade. A cerimônia de descerramento do letreiro aconteceu durante a festa junina do Medianeira.
Seu João, como é conhecido na comunidade, esteve presente no ato, acompanhado da esposa, filhos e netos. Para ele a homenagem é mais uma prova de que fez a coisa certa no local de trabalho e, de uma forma ou de outra, deixou um legado para as pessoas com quem conviveu. “Eu me dava bem com todo mundo, tanto que fui eu que pedi demissão”, contou, orgulhoso de sua trajetória.
De março de 1997 a abril deste ano, a rotina do homenageado foi acordar bem cedo e ir para o trabalho. Normalmente, a primeira tarefa do dia era varrer as calçadas do entorno do prédio da escola. Depois, onde houvesse trabalho a ser feito, lá estava ele. Em abril, no entanto, logo depois de completar 81 anos, Seu João precisou dar prioridade à saúde e, por isso, decidiu pedir demissão.
Dos 22 anos de lida no Colégio Medianeira, ele vai levar o aprendizado, de como se relacionar com as pessoas, principalmente. “Eu aprendi a conversar, me sentir seguro, tratar bem o povo”, relembrou. A relação com as crianças e adolescentes alunos da escola também é algo de que Seu João tem sentido falta. “Eles brincavam comigo, me tratavam bem, pediam ajuda. Eu gostava disso”, destacou.
O TIO JOÃO MERECE
A ideia da homenagem, segundo o diretor do Colégio Medianeira, Alan Wagner, é agradecer, de forma singela e simbólica, a dedicação de Seu João à instituição e partiu da diretoria, em parceria com a Associação de Pais e Mestres (APM) da escola. “Ele sempre esteve aqui de corpo e alma e, sendo funcionário por 22 anos, significa que boa parte da vida dele foi aqui dentro”, justificou.
Na carteira de trabalho, a função de Seu João era a de zelador. Ele cuidava da copa do ginásio à noite, limpava, controlava os horários dos jogos, erguia e baixava as redes e tudo mais que precisasse. Ainda colaborava com a higiene das salas de aula, ajardinamento do pátio, reparos nas praças e por aí vai. “A gente percebia que ele se sentia feliz em exercer o trabalho”, relatou Wagner.
Segundo Seu João, ele está realizado com a condecoração. “Eu amava trabalhar no ginásio, cuidava da copa, assistia os jogos e ainda fazia amizade com as pessoas. Só posso agradecer por essa homenagem”, disse.
A simpatia do Seu João – ou do Tio João, como os alunos o chamam – cativava colegas, professores e estudantes. E, é claro, as dezenas de times que passaram pelo ginásio enquanto ele trabalhou por lá.