Depois de um silêncio constante e longos meses de espera, finalmente, ao que tudo indica, a filial das Lojas Americanas em Candelária vai abrir as portas. Considerada a quarta maior empresa varejista do país, a rede deve iniciar as atividades até o fim do mês de junho, embora ainda não haja uma definição sobre a data. A loja funcionará na Avenida Pereira Rego, 1216, ao lado da Casa de Cultura Marco Mallmann.
A previsão foi dada pela gerente da unidade de Santa Cruz do Sul e que coordenará inicialmente os trabalhos também no município, Grazieli Pinheiro. Na manhã de ontem (19), ela esteve na cidade e coordenou um processo seletivo para a contratação de auxiliar de loja e segurança, ocorrido na agência da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social do Sistema Nacional de Emprego (FGTAS/Sine).
Em busca de uma vaga, mais de 150 candidatos compareceram. Como a intenção da rede é acelerar essa etapa, uma triagem foi imediatamente realizada. Os candidatos fizeram provas de português e matemática em um primeiro momento. Quem obteve os melhores resultados passou para a próxima fase, que era das entrevistas.
Dificuldades
As amigas Júlia Caroline Cezar e Djuliana Heinze, 19 anos, foram as primeiras a chegar, por volta das 4 horas. Até o início da seleção, elas enfrentaram frio, chuva e sol. Júlia afirmou que o mercado de trabalho está difícil em Candelária e, por conta disso, o desempregado não deve se dar ao luxo de escolher determinados cargos. Ela se candidatou para a vaga de auxiliar de loja e se disse confiante na conquista do trabalho. À procura do primeiro emprego, Djuliana postula o mesmo cargo e sublinhou as palavras da amiga. Na visão da jovem, a falta de experiência é um desafio a ser superado e que as empresas poderiam oportunizar o aprendizado, ao invés de descartar os postulantes.

Mesmo com a experiência obtida com trabalhos anteriores na área varejista, Pietro Henrique da Silva, 24 anos, também percebe o quão complicado está o mercado de trabalho. Ele atribui as dificuldades enfrentadas ao imenso número de desempregados para uma oferta de vagas cada vez menor. Ou seja, enquanto essa tendência vigorar, o cenário vai ser complicado. Questionada sobre o tema, a secretária municipal de Indústria e Comércio, Gabriela Butzge, disse que não enxerga a imensa quantidade de candidatos como um ponto negativo. Para a titular da pasta, a maioria está em busca de oportunidades melhores de trabalho em uma empresa de renome como as Lojas Americanas.
A coordenadora da seleção, Grazieli Pinheiro, destaca que o número de vagas que serão disponibilizadas para a unidade candelariense ainda não foi definido, mas deve variar entre 10 e 15 funcionários. A carga horária é variável, de acordo com a função exercida. O salário médio, por sua vez, levará em conta os valores praticados no varejo regional, cerca de R$ 1.300,00, mais plano de saúde, vale-refeição e vale-transporte. Assim como a maior parte das outras redes, as Lojas Americanas não vão fechar ao meio-dia, com o horário de funcionamento das 8h30 às 18h30, entre segunda e sexta-feira, e das 8h30 às 17 horas, aos sábados. “A rede está em constante processo de expansão e a chegada ao município, além de gerar mais empregos, contribuirá para aproximar o consumidor da nossa marca”, salientou Grazieli.
Como será a loja em Candelária
As Lojas Americanas possuem três modelos de filiais: Tradicional, Express e Conveniência. A versão tradicional, com aproximadamente mil metros quadrados, reposição imediata dos produtos e 60 mil itens, pode ser conferida em municípios como Santa Cruz do Sul e Cachoeira do Sul. Recentemente, a rede passou a investir em lojas de conveniência, nas quais as unidades podem ser instaladas até mesmo em escolas e hospitais, além do que já é visto tradicionalmente em postos de combustíveis.
Para Candelária, está previsto o “Express”, uma versão mais enxuta em relação às unidades das cidades vizinhas. Conforme a assessoria de imprensa da rede de varejo, esse espaço contará com uma média de 400 metros quadrados, 15 mil itens, de acordo com as características e o comportamento do consumidor local, além de uma logística conhecida como “Just-In-Time” (JIT). Nesse sistema, a demanda precisa ser atendida de forma instantânea, com qualidade e eficiência. Ou seja, é trabalhado o conceito do “bate-pronto”, com o produto desejado pelo cliente disponibilizado imediatamente. Os custos são amplamente reduzidos, pois não existe formação de estoque.
Fundada em Niterói, no Rio de Janeiro, pelos norte-americanos John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger, a rede completa 90 anos de atividades no dia 3 de setembro de 2019. São vendidos mais de 60 mil itens nos mais diversos departamentos e, atualmente, conta mais de 1,3 mil estabelecimentos espalhados por vários estados.
