As células T de “memória” do seu sistema imunológico controlam os vírus que eles já tiveram contato anteriormente. Essa memória dá às células um avanço no reconhecimento e combate aos invasores repetidos. Um novo estudo liderado por cientistas do Instituto de Imunologia de La Jolla (LJI), dos Estados Unidos, mostra que as células de memória que reconhecem os coronavírus comuns do resfriado também podem reconhecer e agir em locais da cadeia genética parecidos da SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19.
Com os resultados, a pesquisa, publicada em nesta terça (4), na revista Science, pode explicar o motivo de algumas pessoas terem casos mais leves de covid-19 do que outras. Conforme os pesquisadores, isso ainda não está confirmado, pois ainda depende de muitos dados para que a teoria seja aceita.
O novo trabalho baseia-se em um estudo anterior, que mostrou que 40 a 60% das pessoas nunca expostas à covid-19 tinham células T que reagiram a o vírus. Essa descoberta acabou sendo um fenômeno global e foi relatada em pessoas da Holanda, Alemanha, Reino Unido e Cingapura.
PESQUISA
Para o novo estudo, os pesquisadores se basearam em um conjunto de amostras coletadas de participantes do estudo que nunca haviam sido expostos ao SARS-CoV-2. Eles definiram os locais exatos do vírus que são responsáveis pela resposta das células T reativas cruzadas. Sua análise mostrou que indivíduos não expostos podem produzir uma gama de células T de memória que são igualmente reativas contra SARS-CoV-2 e quatro tipos de coronavírus comuns do resfriado.
Essa descoberta sugere que o combate a um coronavírus comum do resfriado pode de fato ensinar o compartimento de células T a reconhecer algumas partes do SARS-CoV-2 e fornece evidências da hipótese de que os vírus do resfriado comum podem, de fato, induzir a memória de células T reativas cruzadas contra SARS-CoV-2.
