
Na época de Natal é possível sentir uma atmosfera diferente nas ruas da cidade e até mesmo das pessoas. Mas o ambiente mais especial durante este período do ano é a casa das famílias, ponto de encontro, reencontro e muita celebração.
É aí que entra em cena o trabalho das artesãs, que por meio de suas pinturas, bordados, crochês, tricôs, cortes e costuras, levam cor, presentes e alegria para cada lar. Entre os dias 26 de novembro, até 19 de dezembro, mais de 20 artesãs de diversos cantos da cidade, do centro ao interior, se reuniram na Casa de Cultura e se revezaram diariamente para comercializar os seus trabalhos. O JC conversou com algumas das artesãs para saber qual o significado do Natal para elas e como a data influencia no seu ofício.
NILSA – A artesã Nilsa de Moura Nunes, 66 anos, moradora da Rebentona, iniciou na área como um hobby após a sua aposentadoria. O trabalho que começou como pintura de panos de prato, logo evoluiu para peças em crochê, tricô, bonecas de pano, entre outros. “Faço um pouco de tudo”, resume. Há oito anos passou a se dedicar aos produtos do Natal, que tem prioridade máxima nos últimos meses do ano. “Como é a comemoração do nascimento de Jesus, eu procuro fazer o meu melhor”, afirma.
Para ela, a época natalina, que sempre foi um ponto de encontro se tornou ainda mais por conta da companhia das suas colegas. Estar junto com outras artesãs torna a época mais intensa de trabalhos também na mais alegre. Além disso, a sensação de tornar o Natal das pessoas mais feliz por meio da sua arte, mudaram o significado da data para Nilsa. “Trabalhar com artesanato fez com que o Natal passasse a significar mais para mim”, conta.
MARGARIDA- Moradora do bairro Rincão Comprido, Margarida de Jesus (60), representante da Casa do Artesão, ela produz peças em crochê, tricô, pesos de porta, tapetes, capa de garrafa térmica e peças para banheiro. Com a chegada da época do Natal, grande parte dessas peças são adaptadas para a temática, além da chegada dos papais noéis e das guirlandas.
Para ela, além de uma época de felicidade, perdão e reunião da família, Natal também é tempo de trabalhar até a madrugada, mas sem perder a felicidade e o otimismo das boas vendas, mesmo que a realidade não dê o retorno esperado.
Apesar disso, sua maior recompensa é saber que o seu trabalho torna o Natal de muitas famílias mais bonito por meio da decoração das residências e até mais feliz por meio dos presentes e por isso, mesmo com as dificuldades, segue firme no ofício. “Quando vendo uma peça, tanto faz se é minha ou de uma colega, eu me emociono porque a gente coloca muito amor em cada peça”, afirma.
ELISABETE- A proprietária da BetArtes, Elisabete Coelho (50), trabalha com a decoração natalina mais pelo prazer do que pelo retorno, por isso se divide entre as demandas diárias do seu ateliê e as peças de Natal. Para ela, a parte mais importante desta época do ano é a solidariedade. A artesã aproveita a época de Natal para ajudar na campanha de arrecadação de bonecas para crianças carentes, dando um banho de loja nos brinquedos que farão a alegria de muitos pequenos. “Poder ajudar alguém por meio do meu trabalho é o mais importante”, afirma.
O que a deixa mais motivada ainda para o trabalho é a companhia das suas colegas. Para Elisabete, a feira de Natal é uma época de muitas trocas e diversão entre as artesãs. Por isso, ela considera que o seu trabalho reforça o que para ela é elemento central do Natal: a família. “Saímos de casa mas continuamos em família, porque é assim que eu considero a minha relação com as gurias do artesanato”, finaliza.