
Desde o início da pandemia de coronavírus, a sociedade vem enfrentando grandes mudanças. Uma delas se refere ao distanciamento social, que embora esteja sendo flexibilizado e os casos de covid-19 não param de crescer no Estado e no município, um efeito positivo dessa nova forma de convivência é registrado principalmente nas unidades de saúde do município: a queda brusca nos atendimentos no serviço integrados de atenção básica infantil.
Desde o dia 1º de fevereiro, até o final do mês de junho, os atendimentos em atenção básica de crianças no Pam Central, caíram de 3.763 para 1.560, uma queda de quase 60% nos atendimentos em relação ao que foi registrado no mesmo período em 2019. Da metade de março até o final de julho deste ano, a diminuição foi ainda mais perceptível. Cerca de 80% das consultas do público infantil diminuíram. “De uma média de 12 a 15 atendimentos por turno registrado entre abril e junho do ano passado, nos últimos meses, o número caiu para 2 ou 3, chegando no máximo a cinco consultas”, destaca a enfermeira responsável pelo serviço integrado no município, Franciele Schwantz.
MOTIVO
O grande responsável pela queda expressiva no número de atendimentos pediátricos, conforme a enfermeira, se deve ao distanciamento social. Com a suspensão das aulas presenciais nas creches e escolas de educação básica, as crianças acabam não se encontrando, e evitam contato e contágio de patologias entre elas. A enfermeira ainda atribui os números a precaução tomada pelos pais de não levarem os filhos até o atendimento, somente quando é realmente necessário.
De acordo com Franciele, os pais antes da pandemia traziam seus filhos logo que qualquer sintoma aparecia, mas hoje a história é bem diferente. “Muitos pais ficaram com receio por ser um local de grande circulação, então evitam trazer os pequenos para consultas de rotina, somente quando precisam do atendimento médico, e é isso que queríamos desde o início, que a atenção básica fosse utilizada somente se houvesse grande necessidade”, ressalta.
O reflexo também foi sentido na campanha de vacinação contra a gripe. Em relação ao ano passado, o número de crianças entre 6 meses e 6 anos de idade vacinadas no município foi de 68%. Em 2020, o número caiu para 52% da meta. “Querendo ou não, muitas crianças estão em casa, o que passa a sensação para os pais de que estão seguras e por isso que muitos acabaram, por medo de expô-los a um risco maior, não trazendo para a vacinação”, explica.
Ela ressalta ainda que essas pessoas não deixaram de ser assistidas, e que a saúde está sendo acompanhada. “Estas famílias têm direitos e não vamos deixar de oferecer cuidados”, frisou Franciele.