
Tudo começa com um toque. Se conhecer e perceber que algo está diferente. Ou que está tudo igual, mas se amar ao ponto de ir ao ginecologista, pelo menos uma vez a cada ano, para que o profissional examine seios e axilas e assegure que está, de fato, tudo bem. Esse movimento das mulheres em relação ao câncer de mama é importante porque o diagnóstico precoce ainda é uma das armas mais potentes na luta contra a doença.
Foi para alertar a população sobre o câncer de mama que surgiu o Outubro Rosa, uma campanha que, em nível mundial, propõe ações afirmativas de prevenção e disseminação de informações sobre câncer de mama. Em Candelária, o mês dedicado à saúde da mulher tem dado frutos positivos. Segundo a médica ginecologista e obstetra, Aline Hepp Weber, que atende na PróVida, percebeu um aumento significativo na procura por exames preventivos, tanto do colo do útero quanto em relação à mama.
Os dois exames fazem – ou pelo menos deveriam fazer – parte da rotina das mulheres. “O ideal é que, anualmente, a mulher procure um ginecologista para fazer o preventivo de colo de útero e, a rigor, o médico já acabe fazendo o exame clínico das mamas”, explicou. A partir disso, se houver necessidade, a paciente pode ser encaminhada a um mastologista ou oncologista, para confirmar o tumor e iniciar o tratamento.
MAMOGRAFIA
Em mulheres a partir dos 40 anos, é recomendado que seja realizado, a cada dois anos, mais um exame de prevenção: a mamografia. Isso porque, de acordo com Aline, essa é a única maneira de identificar nódulos de tamanho inferior a um centímetro. “Nesses casos, a chance de sobrevida da paciente em cinco anos é de 98%”, afirmou. Infelizmente, há resistência das mulheres em passar pela mamografia.
O principal motivo, segundo a ginecologista, é o fato de ser um exame um pouco dolorido. “Mas a gente já está orientando alguns cuidados que diminuem esse desconforto, como tomar anti-inflamatório antes, evitar fazer durante o período menstrual”, ressaltou. Ela alerta, no entanto, que não há nenhum outro método tão eficaz para o diagnóstico precoce, de maneira que ecografia e exames de sangue só auxiliam no diagnóstico.
Especialista faz alerta sobre o autoexame
Há quem diga que o autoexame é imprescindível para o diagnóstico precoce do câncer de mama. No entanto, a ginecologista e obstetra, Aline Hepp Weber, alerta que essa pode ser um método mais demorado para identificar um nódulo. “O que acontece é que muitas mulheres entram numa rotina de tocar a mama todos os meses, em determinado dia, e acabam deixando pra lá a consulta médica”, lamentou.
O problema disso, conforme Aline, é que, no autoexame, dificilmente a mulher vai encontrar um nódulo de tamanho inferior a um centímetro. Maior que isso, na maioria dos casos, representa um estágio avançado da doença. “O autoexame é importante, mas não pode substituir uma consulta médica ou a mamografia, por exemplo”, definiu.
Quando é feito o diagnóstico da doença em estágio inicial, a paciente tem mais chance de preservar a mama e ter um tratamento mais suave, no que diz respeito a quimioterapia e radioterapia.