
Candelária conquistou o melhor Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) desde 2007, chegando a 0.655. As informações são referentes ao ano de 2016 e foram divulgadas pelo Governo do Rio Grande do Sul no início deste mês. O que decepciona é que, mesmo mantendo o aumento histórico, o município figura entre os 20 piores do Estado, se consolidando na 478ª posição. O indicador avalia a situação socioeconômica, levando em conta o processo de desenvolvimento das áreas de educação, renda e saúde.
Em relação ao Idese 2015, o crescimento foi de 2,98%. Com isso, Candelária subiu seis posições no ranking de um ano para o outro. No entanto, o resultado ainda não é satisfatório. Das três áreas avaliadas pelo Idese, apenas uma teve percentual positivo: a da educação, com avanço relativo de 12%, passando de 0.533 para 0.599. A saúde manteve o índice em 0.792, o que assegura o segmento no topo por mais um ano. A renda, porém, teve retração de 1,71%, caindo de 0.584 para 0.574. Esse encolhimento acompanha a situação em nível estadual, devido ao cenário econômico conturbado.
O Idese serve de parâmetro para aumento do investimento privado, autoestima da população e convicção de que o cidadão está sendo bem atendido pelas políticas públicas municipais na área de educação e saúde.
NA MÉDIA
A classificação considera o desenvolvimento médio daqueles municípios que apresentam indicadores entre 0.500 e 0.799, onde Candelária se encaixa. Entre os municípios gaúchos, nenhum apresenta nível baixo de desenvolvimento socioeconômico. Na lista, 423 tem índices médios e 74 ostentam índices altos. Para o prefeito de Candelária, Paulo Butzge, esse contexto mostra que subir no ranking do Idese é um desafio para a maioria das cidades.
Isso porque, segundo ele, todos estão mantendo um bom desenvolvimento. Prova disso é o crescimento do índice do município em relação aos outros anos. “Se todos os municípios crescerem 5%, todo mundo vai estar melhor, mas o ranking não vai mudar e vamos continuar entre os últimos”, avaliou. Portanto, ele acredita que é necessário um avanço maior em relação aos demais, para que se torne possível uma escalada na lista do Idese.
Assim, Butzge disse que está convocando o secretariado – principalmente nas áreas de educação e saúde – para detectar os gargalos e elaborar um planejamento estratégico, que contenha ações e programas voltados para o rápido desenvolvimento do município. “É como uma corrida: os outros não param, mas nós temos que nos esforçar para superá-los”, comparou.
Fora isso, Butzge atribui o crescimento lento de Candelária no ranking a falhas no abastecimento de informações nos sistemas que são fonte de dados para a avaliação do Idese. “Em resumo, precisamos ser mais técnicos, planejar estrategicamente a saúde e informatizar a educação.
Educação, renda e saúde
>>Educação: O Idese avalia a educação dos municípios a partir de dados de ingresso na pré-escola, ensino fundamental – anos iniciais e finais -, médio e educação para adultos. O resultado é medido pelas taxas de matrículas do Censo Escolar, confrontadas com as estimativas da população de cada faixa etária. O salto no desempenho de Candelária no bloco educação se deu por conta do aumento de vagas na Educação Infantil. Em 2015, entre turnos integrais e parciais, eram 472 vagas para alunos entre 4 e 5 anos. Em 2016, houve um aumento de 89% na oferta, passando para 894 vagas. No Estado, as matrículas no Ensino Médio caíram, o que seria fruto da necessidade do jovem agregar renda à família, devido à crise econômica.
>>Saúde: No bloco saúde, a avaliação do Idese passa por condições gerais, longevidade, saúde materno infantil, mortes por causas evitáveis, óbitos por causas mal definidas, consultas pré-natal, mortalidade. Em Candelária, o índice ficou igual ao ano anterior, faltando pouco para que chegue ao nível considerado de desenvolvimento alto. No Estado, como um todo, há um bom desempenho da saúde. O motivo é que a população gaúcha é uma das mais longevas do país.
>>Renda: A renda deu continuidade ao processo de retração verificado em 2015, que vai ao encontro do caos econômico vivido no país.
Top 10 no Idese
No Estado, não há surpresa em relação aos resultados no Idese. O motivo é que, segundo informações do governo, a classificação segue um padrão: municípios de áreas de colonização em pequenas propriedades localizados a norte e nordeste apresentam indicadores mais altos de desenvolvimento. Veja:
1- Carlos Barbosa 0.884
2- Aratiba 0.870
3- Nova Araçá 0.865
4- Água Santa 0.862
5- Veranópolis 0.848
6- Ipiranga do Sul 0.848
7- Colorado 0.838
8- Garibaldi 0.838
9- Nova Bassano 0.838
10- Santa Cecília do Sul 0.833