
Mais do que nunca, a população deve ficar em alerta a respeito do acúmulo de água parada nos pátios. O motivo é que Candelária está infestada de Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. A infestação ainda não foi oficializada pelo Centro Estadual de Vigilância Sanitária (Cevs) e a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), mas eles já entraram em contato com a vigilância sanitária municipal, para articular ações de combate ao inseto. Por telefone, a 13ª CRS confirmou a infestação ao JC.
O diagnóstico de Candelária como município infestado, de acordo com o fiscal sanitário, Leonardo Santos Ribeiro, começou a ser traçado no dia 22 de abril, quando foram vistoriadas as 19 armadilhas que a vigilância sanitária mantém espalhadas pelo perímetro urbano. Desse total, duas apresentaram larvas do mosquito transmissor da dengue: uma próxima da Corsan e outra perto da Arrozeira Candelária. Com a verificação de foco positivo, a equipe fez a delimitação dos dois pontos, o que consiste em procurar outros focos em um raio de 300 metros, a partir do primeiro local encontrado. Durante esse trabalho, foram coletadas mais de 400 larvas, sendo sete positivas para Aedes aegypti.
Esse quadro, segundo Ribeiro, representa infestação do mosquito. “Ainda não tivemos a notificação, mas, a rigor, a infestação é oficializada quando é encontrado foco positivo em uma armadilha, feito a delimitação desse foco e encontradas novas larvas. E foi o que aconteceu aqui em Candelária”, explicou. Depois que um município é considerado infestado, ele só é considerado livre de focos depois de um ano sem apresentar larvas do Aedes aegypti. Essa é a primeira vez que é detectada infestação na Terra do Botucaraí. Até então, não há registros de dengue em seres humanos no município.
FOCO ESTÁ NO CENTRO
As primeiras larvas positivas foram encontradas próximo da Corsan. Depois, durante a delimitação de foco, em um raio de 300 metros, mais focos de Aedes Aegypti foram identificados. Todos, localizados na região central de Candelária. De acordo com o fiscal sanitário Leonardo Santos Ribeiro, geralmente os focos positivos começam a aparecer em locais próximos de rodoviárias. “Estamos perto de vários municípios que já estão infestados há bastante tempo e o mosquito viaja assim. Ele não consegue voar de Santa Cruz pra cá, por exemplo, então ele vem nos veículos”, argumentou.
A partir dessa constatação de infestação, a vigilância sanitária vai mudar a abordagem de prevenção da dengue. “Por enquanto, vamos deixar de lado o monitoramento das armadilhas e passaremos a visitar as residências”, avisou. Durante as visitas, as equipes vão verificar os pátios, na tentativa de identificar qualquer coisa que possa acumular água. Em casas reincidentes, conforme Ribeiro, os donos serão autuados pelo Poder Executivo. “Nosso papel é monitorar os focos e orientar a população”, disse. O Município também está viabilizando a aquisição de equipamentos para que toda a equipe vá para a rua fazer as visitas. Ao todo, são 18 pessoas, entre agentes de endemias e agentes de saúde.
E EM OUTROS BAIRROS?
Enquanto aguardavam a análise das larvas coletadas, a equipe da vigilância sanitária realizou um Levantamento de Índice Rápido (Lira), para fazer uma busca randômica e verificar a situação de outros bairros. “Nesse procedimento padrão, um programa de computador sorteia os quarteirões a serem visitados. Foram visitados 13 pontos, recolhidas 300 larvas, mas nenhuma era de Aedes”, relatou o fiscal sanitário, Leonardo Santos Ribeiro.
A preocupação com a infestação, neste ano, é agravada pela não redução no número de larvas, positivas ou não, encontradas em Candelária. Segundo Ribeiro, a proximidade do inverno fazia com que a quantidade diminuísse. Em 2019, no entanto, isso não ocorreu.
Responsabilidade é de todos
A partir de agora, a atenção com acúmulo de água deve ser redobrada. Por isso, a orientação do fiscal sanitário Leonardo Santos Ribeiro é de que todos dediquem, pelo menos, um dia na semana para limpar o pátio, eliminando qualquer local que possa servir para a proliferação do Aedes aegypti. “É importante que todos se engajem, para que os focos sejam eliminados enquanto ainda não se espalharam por vários bairros”, apontou. Veja algumas dicas para deixar seu pátio livre do Aedes aegypti:
>> Troque a água dos animais todos os dias e passe uma esponja para tirar qualquer resíduo de larva;
>> Mantenha a caixa d’água fechada e o ladrão isolado com uma tela;
>> Mantenha a piscina sempre limpa e com cloro, pois o mosquito não se prolifera no produto;
>> Se levar flores ao cemitério, retire o celofane e utilize potes com furos na parte de baixo e cheios de areia.