Candelária deverá ter a maior lavoura de arroz da região

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Enquanto que os produtores de tabaco aguardam o momento da colheita, aqueles dedicados à rizicultura estão no outro extremo do procedimento agrícola. Para os rizicultores, outubro é o mês de semear a lavoura com vistas à safra 2018/2019. Os trabalhos ainda se encontram na fase inicial em grande parte do Rio Grande do Sul. Apenas os arrozeiros da Fronteira Oeste e da Campanha estão com a semeadura em estágio avançado.

Na região do 27° Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate), deverão ser plantados aproximadamente 17.115 hectares nessa safra. Além de Candelária, a área de atuação abrange os municípios de Cerro Branco, Novo Cabrais, Vale do Sol, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Cruzeiro do Sul.

De acordo com dados disponibilizados pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) nesta semana, a intenção de semeadura em solo candelariense é de aproximadamente 8 mil hectares. Até o momento, pouco mais de 1,6 mil deles já foram preparados. Esse número representa cerca de 25% da área total. Mais de 95% dos arrozais estão pré-germinados. A expectativa é de colher 7, 5 mil quilos por hectare, cuja produção possui um mercado dinâmico. É vendida para engenhos e cooperativas da região e de municípios mais distantes. A saca do arroz (50 kg) custa em torno de R$ 44,00.

Plantio na hora certa

Segundo o engenheiro agrônomo José Fernando Rech de Andrade, o mês de outubro é a época ideal para o plantio. A planta começa a se desenvolver com mais ênfase em novembro e principalmente em dezembro e janeiro. Com a proximidade do verão, o tempo de luz natural é maior e mais forte, o que é fundamental para o crescimento do grão. “A energia solar é um componente vital para a realização da fotossíntese e em culturas como a orizícola se trata de um fator determinante para os resultados”, salienta Andrade.

No âmbito do cronograma, a maior parte dos produtores abrangidos pelo 27° Nate já começou a semear ou até finalizou o processo. Entretanto, existem aqueles que estão atrasados. As razões vão desde a demora na colheita da safra 2017/2018, a qual houve casos de conclusão apenas no mês de junho até a falta de recursos. Esses fatores impactam em toda a sequência.

Um deles é o produtor rural Albino Geller, morador da localidade de Quilombo, interior de Candelária. Ele afirma que teve problemas com uma chuva de granizo que atingiu em cheio a sua propriedade ainda no período da semeadura da última safra. Por conta disso, foi obrigado a refazer essa etapa, o que demandou mais custos e prolongou o processo.

Para viabilizar a safra 2018/2019, o agricultor recorreu à um financiamento bancário. “Tive sérios problemas com o arroz neste ano. Não gostaria de pedir auxílio financeiro, mas foi necessário para a minha sobrevivência e de minha esposa. Afinal, vivemos do arroz”, lamenta.

Projeto 10 orienta o cultivo

Cartilha é aliada dos arrozeiros no manejo correto da lavoura. Foto: Marcel Lovato

A fim de tornar a lavoura mais rentável possível e reduzir os custos, o Irga possui o Projeto 10. Nele, são listadas dez práticas de manejo que o produtor precisa seguir para obter bons resultados no campo, tanto na quantidade que será colhida quanto no retorno financeiro. Planejamento e preparo antecipado da lavoura, época de semeadura, uso de sementes certificadas, controle de ervas daninhas, pragas e doenças, manejo adequado da irrigação são alguns deles. José salienta que o rendimento dos arrozais tende a ser alto se as etapas forem seguidas com maior rigor possível.

O Irga estima que sejam cultivados pouco mais de um milhão de hectares na safra 2018/2019 em solo gaúcho. Entretanto, a estimativa é de uma queda de 5% na produção, que não deve chegar às oito milhões de toneladas do ano passado.
A princípio, a média será de 7.594kg por hectare, o que pode variar de acordo com o clima e a região. Atualmente, 5% do total previsto já foi semeado, o que é inferior aos 9% registrados no mesmo período da safra passada.

De 20 a 22 de fevereiro de 2019, acontecerá a 29° edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz. Nesse ano, o evento vai ser sediado na unidade da Estação Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa localizado em Capão do Leão, no Sul gaúcho.

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