A chegada dos dias mais quentes e aumento da luz natural por conta do horário de verão já leva muitos candelarienses a procurarem o Balneário Carlos Larger, principal área de lazer pública da cidade. Com o aumento do público, os problemas do local, que ficam escanteados na maior parte do ano, começam a vir à tona.
A fim de verificar as condições da prainha, a equipe do JC por lá esteve na tarde da última segunda-feira (12). Logo na chegada, foi constatado um forte mau cheiro, provavelmente oriundo de esgoto ou de algum animal morto.
Ao caminhar pelo balneário, o visitante percebe o lixo espalhado e as lixeiras superlotadas. De acordo com moradores da região, o recolhimento dos entulhos se restringe à entrada, o que explicaria a sujeira verificada na área de camping.
SEM ÁGUA E BANHEIRO
O balneário não possui água encanada e não há medidores de consumo. Partes dos canos, inclusive, estão desenterrados em um dos acessos. Assim que o visitante chega, ele encontra dois banheiros. Um deles, aparentemente reformado, estava trancado no dia da visita do JC. Outro, mais à frente, está em ruínas, com pichações e tomado pela sujeira.
Segundo o morador Airton Luiz Grahl, no último domingo, a população compareceu em peso. Como não havia sequer um sanitário à disposição, sua família emprestou o espaço de sua residência para uso de algumas pessoas.
Devido à grande demanda, eles tiveram de barrar o acesso. Sem opção, muitos tiveram de improvisar e fizeram suas necessidades a céu aberto.
MÚLTIPLOS PROBLEMAS
Outra questão que preocupa é a fiação elétrica que invadem os galhos das árvores. Juntamente com vizinhos, Airton afirma já ter protocolado diversos pedidos de poda. No entanto, nada foi feito. No temporal do último dia 30, quem mora na estrada de acesso ficou sem luz.
Há denúncias também de que a área do balneário é utilizada como motel por casais. Vestígios de relações sexuais são frequentemente encontrados. Além de tudo isso, a segurança é considerada falha. No fim de semana passado, conforme relatos, motoristas realizavam manobras bruscas e em alta velocidade, em meio ao público. Brigas teriam acontecido igualmente por causa do suposto excesso no consumo de bebidas alcoólicas.
Quem vive no local reclama de uma suposta ausência da Brigada Militar em dias de movimento acentuado.
ABANDONO NO RESTO DO ANO
Coincidentemente, no dia em que a reportagem esteve no local, os operários da secretaria municipal de Transportes, Obras Públicas e Trânsito atuavam em duas frentes de trabalho. Um grupo se concentrava na remoção de entulhos e terraplanagem próximo às margens do Rio Pardo com uma patrola e uma caçamba. Outro descarregava tijolos e dava início à reconstrução das churrasqueiras, visto que a maioria delas está danificada.
Todavia, essa movimentação é atípica e só acontece com a chegada dos dias do calor e consequentemente procura do público. Moradores disseram que no restante do ano o balneário é largado às traças, sendo praticamente abandonado.
“A temporada não começou”
O secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Candelária, Jorge Mallmann, defendeu que a pasta iniciou a recuperação do balneário apenas na semana passada. Desde então, o mato foi roçado e grande parte do entulho removido. A prioridade para os próximos dias é a recuperação dos brinquedos, churrasqueiras e outros espaços.
No que tange ao mau cheiro, Mallmann solicitou um levantamento do setor de Meio Ambiente a respeito das condições dos esgotos residenciais e verificar se são do tipo fossa em filtro. O banheiro em ruínas deve ser recuperado nos próximos dias. O outro sanitário, segundo o secretário, está fechado justamente por não haver abastecimento de água. Os medidores da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) foram roubados e/ou depredados.
Embora não tenhamos conseguido contato com o departamento de Meio Ambiente, o secretário adiantou que está acertada a realização da poda das árvores o mais breve possível, o que tende a resolver os problemas com a energia elétrica.
O comandante da 4° Companhia da BM, capitão Renan Dutra, afirmou que a guarnição do município não possui efetivo suficiente para ficar o dia inteiro no balneário. Entretanto, as rondas deverão ser intensificadas nas próximas semanas, conforme o aumento da presença dos veranistas. O capitão enfatizou que os brigadianos não receberam nenhum comunicado sobre ocorrências na prainha no fim de semana.
Caso algo aconteça, basta ligar para 3743-1167 ou 3743-1190.
ALUGUEL DO RESTAURANTE
Mallmann destacou que foi aberta uma concorrência pública para definição do ecônomo para o restaurante do balneário. Entretanto, não houve interessados. Posteriormente, três empresários apresentaram propostas, que atualmente estão sendo analisadas.
A definição do vencedor obedecerá o cumprimento de todos os requisitos e um contrato emergencial terá de ser firmado, com duração de um ano. Dessa forma, o processo tende a ser acelerado para que o desfecho aconteça até o início de dezembro.
