“Autismo é a maneira de ver a vida diferente”

Dia Mundial da Conscientização do Autismo é uma data para refletir e reafirmar que com o amor é a melhor forma de encará-lo

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Cuidar e amar: essa é a fórmula com que Nádia encara o autismo da pequena Manu. (Fotos: Matheus Haetinger/JC)

Ao navegar por uma rede social certo dia este repórter se deparou com um vídeo no qual um irmão de um menino autista disse a seguinte frase: “você só vai entender o autismo quando fechar os olhos e abrir o coração”. Entender e aceitar as diferenças ainda são as principais dificuldades que muitas famílias com filhos considerados diferentes ainda encontram. Este é o grande tabu de muitos pais que recebem o diagnóstico de que o filho possui Transtorno de Espectro Autista (TEA).

Em Candelária mais de 30 crianças e adolescentes possuem esse transtorno e são atendidas pela Mandala Associação Pró-Autismo. Só neste ano, três novos casos foram diagnosticados. Para quem passou por essa situação recentemente ou talvez algum dia irá passar, um exemplo a ser seguido é o da educadora física Nádia da Rosa, 31 anos, que possui uma filha de quatro anos com autismo. Há dois anos a pequena Manuela da Rosa Schuller, de 4 anos, foi diagnostica com o transtorno leve e moderado.

Ao contrário de muitos, Nádia não se desesperou e foi buscar ajuda. Ela começou a desconfiar que a filha tivesse autismo com um ano e meio, pois a Manu não atendia aos chamados, não apontava e também não falava nada. Então ela procurou um neurologista e aí veio o diagnóstico. Apesar de possuir o transtorno, a Manu é uma criança tranquila. “Ela tem as suas limitações, mas sempre incentivei ela a se socializar com outras pessoas”, comenta.

A mãe conta que a partir da descoberta, a filha passou a frequentar um projeto da Associação Luz Azul, em Santa Cruz do Sul e também a Escola Christiano Affonso Graeff. “Dos males, o menor é ser autista. Tem o seu jeito diferente de ser, mas não é nenhuma doença que daqui a pouco meu filho não vai estar mais aqui. Tem que sim, é buscar caminhos para melhorar a vida dele”, destaca a mãe.

Na visão de Nádia, o autismo não pode ser visto como uma coisa inexistente. “Autismo é a maneira de ver a vida diferente. E a gente tem que ir se organizando para entendê-lo”, ressalta. Segundo ela, com a criação da Mandala Associação Pró-Autismo de Candelária toda a questão do autismo ficou mais fácil. “Nos encontros a gente busca apoio, troca experiências e fica sabendo mais sobre o transtorno”, comenta a mãe. Ainda segundo Nádia, só entender o autismo não basta, é preciso abrir os olhos do coração e doar muito amor.

AÇÕES
Para marcar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo – dia 2 de abril – a Mandala realizou uma série de atividades nessa semana. Na segunda-feira (1º) a secretária da entidade, Mariéle Gross participou da sessão da Câmara de Vereadores. Na terça-feira (2) os voluntários participaram de uma blitz na sinaleira do Banrisul e no próximo dia 25 a entidade realizará uma roda de conversa sobre o tema.

Voluntários da Mandala realizaram blitz e pedágio na sinaleira do Banrisul na terça-feira

 

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