O atendimento médico no plantão do Hospital Candelária voltou a gerar transtornos e reclamações dos usuários neste final de semana. O caso específico envolveu um médico platonista do setor pediátrico que gerou tensão nas dependências do Hospital.
Conforme apurado pela reportagem do JC, durante a noite de sábado, o referido profissional prestava atendimento para algumas crianças e teria indicado aos pais que elas deveriam ser entubadas e estavam mal sem analisar as crianças. A fala do médico revoltou alguns pais. Houve um princípio de tumulto envolvendo os pais com o profissional, sendo necessário que Brigada Militar fosse acionada para registrar o fato. Indignados, os pais saíram com as crianças e se negaram a aceitar o atendimento do médico pediatra. “Quando saímos, o médico estava dormindo na frente do hospital. Isso é médico que atende crianças”, disse uma familiar, revoltada com a situação. Uma família registrou boletim de ocorrência contra o médico com a Brigada Militar.
AUTOMÓVEL NA CONTRAMÃO
Na manhã deste domingo (23), o médico pediatra causou uma outra confusão. Como ele estava de sobreaviso, por volta das 7h da manhã, ele estacionou o seu automóvel na vaga dos taxistas na contramão, onde teria passado boa parte do dia com o veículo estacionado. Somente na parte da tarde que o médico estacionou o veículo no espaço em frente a uma funerária, onde passou o restante do dia aguardando por novos atendimentos no Hospital Candelária. A Brigada Militar foi ao local e o médico foi autuado por estacionar de forma irregular no local.
SEM MÉDICO PEDIATRA A TARDE
Na tarde deste domingo (23), pelo menos seis famílias com crianças buscaram atendimento no Hospital Candelária. Algumas relataram para a reportagem que estavam desde às 15h e que não tinha médico pediatra para atender as crianças. Em razão de todos os problemas, os vereadores Jorge William Feistler e César Pohlmann foram chamados para tentar auxiliar os usuários. O prefeito Nestor Ellwanger também foi chamado e foi ao local para buscar interceder e auxiliar as famílias. Enquanto as famílias aguardavam atendimento de médico pediátrico no hospital, o médico pediatra plantonista seguia dentro do seu veículo na frente do hospital aguardando ser chamado para algum atendimento.
A reportagem do JC tentou conversar com o profissional e ele alegou que estava de sobreaviso e que não havia sido chamado pelo hospital para prestar atendimento no período da tarde. Os vereadores e o prefeito também tentaram conversar com o profissional no veículo e constataram pessoalmente que o mesmo não estava apresentando as condições adequadas para exercer o seu trabalho profissional no atendimento com crianças.
Em razão do problema com o médico pediatra plantonista, o prefeito e os vereadores entraram em contato com o diretor do Hospital Candelária, Aristides Feistler. Como os demais médicos pediatras que fazem rodízio não estavam na cidade em razão do feriadão, os atendimentos no plantão pediátrico passaram a ser realizados de forma emergencial por um clinico-geral do município que possui especialização em pediatria com os atendimentos sendo normalizados no final da tarde.
Também havia outro médico plantonista que atua como clinico geral, mas que durante a tarde estava efetuando vários atendimentos de emergência no plantão geral. A Brigada Militar foi chamada a tarde até o hospital e apenas acompanhou a situação até que os problemas com os atendimentos fossem solucionados. Já o médico pediatra plantonista segue no veículo aguardando algum chamado do hospital até o final de seu horário de expediente, que se encerrará nesta segunda (24), quando deverá retornar para a sua cidade natal.
Ao JC, o diretor Aristides Feistler disse não conhecer o médico do plantão pediátrico e que ele foi contratado por uma empresa terceirizada para atuar em Candelária. O diretor confirmou que irá tomar as medidas cabíveis e efetuará uma denúncia contra o médico pediatra para que ele não atue mais no município. O prefeito Nestor Ellwanger também pediu providências ao diretor do Hospital para que esse tipo de situação não ocorra mais na casa de saúde, principalmente envolvendo o atendimento com crianças.
Galeria de fotos com o veículo pertencente ao médico estacionado na contramão em frente ao hospital (Crédito: Divulgação / JC)
