É consenso entre muitos que uma relação amorosa precisa conter um elemento essencial para a sua manutenção: o ciúme. Porém, como definir esse sentimento? Afinal de contas, é extremamente controverso e alvo potencial de uma série de interpretações.
Assim como grande parte das coisas, a questão passa pela dosagem. Nem de menos, para expor um desinteresse, nem em excesso, para evidenciar uma obsessão. Precisa ser na medida. O ciúme pode conter o charmoso e envolvente aroma de um perfume. Ou não disfarçar o odor que lembra um monte de estrume.
O ciúme também pode se impor à presença, entrar sem pedir licença e, consequentemente, provocar desavença. Diante desse comportamento, uma equivocada sentença é formulada. E como pano de fundo, uma “doença” revelada.
Tamanho exagero deixa claro o quanto o indivíduo considera o outro como sua propriedade, a amplitude da desconfiança acerca de sua fidelidade. O comportamento, muitas vezes, é justificado pela imensidão do amor. Porém, como se pode acreditar em um amor que provoca constantes derramamentos de lágrimas e causa dor? A chama se apaga, o pé se afunda na lama. É a vitória da irracionalidade na queda de braço travada com o bom senso.
Entretanto, deve-se ressaltar que a linha entre o ciúme bom e ruim é tênue. O sentimento não significa, necessariamente, o naufrágio de uma história a dois. Pelo contrário, talvez seja o tempero que falta na “canja da paixão”. Um parceiro da união. Um eficiente teste, se tratado com coesão.
Independentemente de qual for ( ou tenha sido) o tipo que faz (ou fez) parte da sua vida, é mais uma situação inserida na roda viva da nossa existência, serve de aprendizado, nos engrandece como ser humano e nos torna mais experientes.
Em suma, sentir ciúme não é absurdo. O erro está na percepção clara da contaminação externa, bem como do crescimento das ervas daninhas na imaginação. E simplesmente lavar as mãos.