Amvarp defende parcelamento da dívida dos produtores em 10 anos

Audiência pública em Santa Cruz do Sul, na última sexta-feira (13), reforça mobilização pela renegociação das dívidas dos produtores

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Amvarp propõe parcelamento das dívidas rurais para enfrentar a crise no campo

Na última sexta-feira (13), a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) promoveu uma audiência pública para discutir soluções emergenciais para o campo. Uma das principais propostas defendidas no encontro é o parcelamento das dívidas dos produtores em até dez anos, como forma de dar fôlego ao setor. A medida será formalizada na chamada Carta de Santa Cruz do Sul, que será encaminhada ao governo federal.

Ao abrir os pronunciamentos, o presidente da Amvarp, Nestor Ellwanger (Rim), destacou a urgência de medidas efetivas. “Me coloco ao lado dos produtores do Vale do Rio Pardo, que vivem uma crise severa, resultado dos fatores climáticos e econômicos. Precisamos de união e ação. Nossa proposta é o parcelamento das dívidas em dez anos, garantindo fôlego para quem produz”, afirmou.

Rim reforçou que a medida é essencial para assegurar a continuidade da produção agrícola. “A agricultura sustenta a economia dos nossos municípios. Defender o agricultor é defender emprego, renda e soberania alimentar. Saímos daqui com uma posição unificada, cobrando ações concretas dos governos estadual e federal”, completou.

O secretário estadual da Agricultura, Edivilson Brum, também defendeu a busca por soluções viáveis. Segundo ele, uma das alternativas seria a utilização de recursos do Fundo Social, proveniente da exploração do pré-sal, que acumula valores junto ao Tesouro Nacional. “O governo federal não quer ouvir falar em securitização da agricultura. A saída mais prática seria usar o Fundo Social, que, em 20 anos, pode alcançar até um trilhão de reais”, apontou.

A deputada estadual Kelly Moraes reforçou a necessidade de mobilização em Brasília. “O governo federal não escuta pouco, escuta muitos. Por isso, precisamos fortalecer essa luta na capital federal”, defendeu.

O deputado federal Marcelo Moraes fez coro à manifestação, destacando que a mobilização deve ser de toda a sociedade. “Essa não é uma luta só dos agricultores, é de todos nós, gaúchos e gaúchas. São cinco anos seguidos enfrentando problemas climáticos — primeiro estiagens e agora a enchente de 2024. Não dá mais para postergar essa situação”, alertou.

A carta de Santa Cruz

Entre as propostas do anfitrião da audiência pública, o prefeito Sérgio Moraes, está a confecção de uma carta com as diretrizes apontadas durante o encontro, com destino ao governo federal. A intenção é que o documento seja assinado pelas lideranças políticas e do setor do agronegócio do Vale do Rio Pardo, expressando a angústia vivida diariamente pelos produtores rurais.
Em tom de cobrança, Moraes questiona a postura do governo federal, em não aceitar a proposta de securitização da agricultura. “Hoje no Brasil se inverteram os processos, sabe porquê? Atualmente, 50 milhões trabalham e outros 150 milhões de pessoas vivem deste esforço. Vamos à luta, porque eles podem tirar a nossa paz esperança, mas a nossa valentia ninguém irá tirar. Estamos sendo penalizadas porque vocês querem trabalhar, e isto não é uma vontade do governo federal”, criticou.

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