Um recomeço na maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina marca um novo capítulo para uma família candelariense que viveu momentos de angústia e sofrimento após ser atingida por um problema de solo ocasionado pelo excesso de chuvas em maio. As fortes chuvas afetaram a estrutura da casa onde residem e da agroindústria onde trabalham, na localidade de Alto Passa Sete, levando a Defesa Civil a condenar as estruturas. Três meses depois, Givanildo Vidal de Souza e sua esposa, Elisa Hennig, proprietários da agroindústria Rodeio da Figueira, conseguiram um novo local, retomaram a produção de melado e foram convidados a participar da Expointer. Os candelarienses estão finalizando os preparativos e, neste sábado (24), abertura da feira, já estarão expondo no estande localizado no pavilhão da agroindústria familiar o melado genuinamente candelariense, premiado em 2023 na própria Expointer como o melhor melado do Estado.
Em entrevista concedida ao JC na manhã de ontem (22), Givanildo relatou que a família tinha a vaga garantida para expor na feira, mas devido aos problemas registrados em maio, haviam comunicado o responsável pelo setor da agroindústria familiar que não teriam condições de participar, pois não tinham estrutura nem matéria-prima para produzir o melado. “Na semana passada, o responsável entrou em contato após ficar sabendo que nós havíamos feito um novo pavilhão e retomado a produção. Confirmei que havíamos recomeçado, e ele pediu que participássemos da Expointer. Conseguimos comprar canas-de-açucar para produzir e resolvemos participar”, conta Givanildo.
A família já preparou a carga e, nesta sexta-feira (23), se deslocará para Esteio para participar da feira. Givanildo diz que a expectativa é positiva. “A expectativa é grande. Depois de quatro meses em que praticamente perdemos tudo, conseguimos participar da maior feira agropecuária da América Latina, onde teremos a oportunidade de mostrar nosso recomeço rápido, após reconstruir o pavilhão para retomar a produção. Esperávamos um auxílio do governo, que não veio, e decidimos recomeçar com as nossas próprias forças”, frisou, lembrando que a família conseguiu retomar a produção com recursos próprios e auxílio de alguns amigos da família. “Somos gratos e só temos a agradecer a todos que nos ajudaram neste momento difícil. Nossa expectativa é a melhor possível e estamos felizes por poder apresentar nosso produto ao Brasil e ao mundo através da Expointer. Vamos novamente com esse objetivo”, finalizou.
A FEIRA – Considerada a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, a 47ª Expointer, ocorrerá de 24 de agosto a 1º de setembro, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O slogan deste ano é: “Superar é da nossa natureza”. Durante os nove dias de evento haverá ima programação rica em competições e julgamentos de animais,além de atividades voltadas para o comércio e lazer, destacando a qualidade da produção rural gaúcha, tecnologia, inovação e práticas sustentáveis que aumentam a produtividade, além de apresentar o melhor da genética do Rio Grande do Sul. Este ano, a Expointer contará com 3.458 animais de argola (que vão a julgamento). O Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF), terá um recorde de participantes, com 413 empreendimentos de 181 municípios ocupando o espaço, um aumento de 41 expositores em relação à edição de 2023, que teve 372.Além disso, a feira oferecerá shows musicais com artistas gaúchos e as duplas Maiara & Maraisa e Fernando & Sorocaba. Os ingressos para acesso à Expointer custam R$ 18 para pedestres, com meia-entrada (R$ 9) para pessoas acima de 60 anos, estudantes munidos de carteira oficial e pessoas com deficiência. Crianças de até seis anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, não pagam. O estacionamento para veículos custa R$ 46. A entrada na feira para os visitantes é das 8h às 20h durante todos os dias do evento.
