
Por enquanto, dois vereadores confirmaram que vão trocar de partido. As alterações podem acontecer até o dia 3 de abril, durante o período conhecido como “janela partidária”, que permite a migração dos parlamentares para outras siglas, sem qualquer punição ou perda de mandato. Com isso, o número de legendas deve permanecer o mesmo, a quantidade de cadeiras por bancada, contudo, vai mudar. O PTB, por exemplo, vai saltar de dois para quatro assentos na Casa Legislativa.
A revoada não é muito expressiva, representando 15% do total de vereadores presentes na Câmara. Além disso, os dois vereadores que já sinalizaram a mudança de bandeira a ser defendida nas próximas eleições já vinham apresentando comportamentos dissidentes, em relação aos atuais partidos. Quem já confirmou a migração partidária foram Ilceu Pohlmann (MDB) e Jaira Diehl (PSB). A partir do dia 26 de março, eles vão reforçar a militância petebista. Nesta data, às 19h, o PTB terá um ato de filiação, que marcará, ainda, a entrada da ex-primeira-dama e pré-candidata a prefeita, Jussara Mainardi.
Este é o primeiro mandato de Jaira e Pohlmann. Ela integra o PSB há quase cinco anos, mas a afinidade conquistada com os vereadores do PTB, bem como o apoio recebido dos deputados Kelly e Marcelo Moraes a fizeram tomar a decisão da troca. “A Família Moraes dá um suporte enorme para os vereadores, abrindo portas no Estado e em Brasília, além de destinação de recursos financeiros para o município. Com tudo isso, quem ganha é a comunidade”, comentou. Outro motivo para a troca de Jaira é o clima adverso que se instalou entre os colegas do PSB.
Segundo ela, não conseguiu conquistar espaço para fazer a política que acredita ser a ideal, encontrando na bancada do PTB vereadores que compartilhavam dos mesmos objetivos. “Queremos construir políticas públicas que façam a diferença”, afirmou. Pohlmann reitera a afirmação da nova colega de sigla e acrescenta que percebe o PTB como uma família, já que os deputados proporcionam uma boa acolhida, assim como os vereadores eleitos pelo partido. “As portas estão sempre abertas e as pessoas sempre dispostas a ajudar. É um grupo unido”, relatou.
Conforme Pohlmann, ele não deixa nenhuma inimizade no MDB, mas atribui a migração para o PTB ao fato de, entre outros fatores, ter se sentido “escanteado” em diversos momentos políticos importantes. “Eu nunca fui levado a sério e me deixavam de lado, sem convidar para reuniões e nem ouvir minha opinião”, lamentou. Mesmo assim, quando demonstrou interesse em deixar o partido, foi convidado a ficar.
AVALIAÇÃO
O presidente do PTB, Jorge Willian Feistler, disse que o aumento do número de vereadores representando o partido na Câmara é fruto de um trabalho iniciado há mais de dez anos, que passou pela agregação de pessoas, principalmente jovens e mulheres. Aliado a isso, o apoio da Família Moraes foi fundamental para o fortalecimento e crescimento do partido. “Vamos ter a maior bancada e isso aumenta a responsabilidade, a visibilidade e nos dá respaldo para pleitearmos espaço em uma chapa majoritária”, apontou. Feistler ainda destacou que o objetivo do PTB em relação ao poder legislativo será, pelo menos, manter os quatro assentos.
Ainda como membro da diretoria do MDB local, Cristiano Becker acredita que, mesmo com a redução da bancada do partido na Câmara, seja possível repor a perda nas eleições de outubro. “É claro que uma figura como o Ilceu Pohlmann faz falta para o partido e encaramos com tristeza a saída dele. Mas é inevitável que a gente vá em busca de outros candidatos que possam somar às nossas ideias”, destacou.
Da mesma forma, o presidente do PSB, Juarez Cândido, afirmou que, mesmo com a redução do número de cadeiras na Câmara em virtude da janela partidária, a tendência é de recuperação e crescimento nas próximas eleições. “Teremos a chegada de novas lideranças”, disse.
Becker pede afastamento da presidência do MDB
O vereador Cristiano Becker (MDB), que presidia o diretório local, pediu afastamento do cargo nessa semana. O motivo, segundo ele, é a necessidade de focar na sua candidatura – que poderá ser na chapa majoritária ou, como de costume, pleiteando a vereança. A licença já havia sido acordada em agosto do ano passado, quando Becker assumiu a presidência da sigla pela segunda vez. Com o afastamento de Becker, a presidência fica a cargo do vice, Moacir Thumé.
Becker esclarece que o afastamento não tem relação com a janela partidária e, portanto, não há interesse em deixar o partido. “Eu sou filiado no MDB há 30 anos. Para que eu saísse, só se o partido não me quisesse mais ou eu percebesse que estava atrapalhando o grupo”, ponderou. Mesmo assim, o vereador não descarta a hipótese de migração, conforme o posicionamento da sigla em relação ao seu nome. “Tenho vontade de concorrer compondo uma chapa majoritária, mas isso tem que sair das ruas”, afirmou.
Como fica a composição da Câmara de Vereadores
>> Jairo Radtke – PSB
>> Marco Larger – Progressistas
>> Cristiano da Cunha – MDB
>> Lurdes Ellwanger – PTB
>> Gésimo Daniel Bernardy – PDT
>> Celso Gehres – Progressistas
>> Jorge Willian Feistler – PTB
>> *Rui Beise – PDT
>> Aldomir Severo – PSB
>> Cristina Rohde – PSDB
>> Jaira Diehl – sai do PSB e vai para o PTB
>> Rodrigo da Silveira Freire – PSB
>> Cristiano Becker – MDB
>> Ilceu Pohlmann – sai do MDB e vai para o PTB
* Tem cadeira na Câmara, mas atua como secretário de Planejamento.
Atenção
Aqueles que não ocupam cargos de vereador e querem se candidatar nas próximas eleições também devem ficar atentos aos prazos. Apesar de poderem mudar de sigla a qualquer tempo, precisam estar filiados ao partido que pretendem representar até o dia 3 de abril.