Abandono de animais preocupa ONG SOS Bichos

No mundo, cerca de 35% dos gatos e cães vivem nas ruas ou estão em abrigos

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Gata Pipow foi resgatada em abril de 2024. Mais de um ano depois, em maio de 2025, ela está bonita e saudável no lar novo, já adotada Foto: Divulgação

Os números são entristecedores. Segundo a pesquisa “Índice de abandono animal”, realizado pela Mars Petcare em parceria com um grupo global de especialistas, estima-se que cerca de 35% dos cães e gatos do mundo inteiro estejam em situação de abandono — vivendo nas ruas ou em abrigos à espera de adoção.

O estudo considerou dados de mais de 900 fontes globais e locais, juntamente com quase 30 mil pesquisas públicas e 200 entrevistas com especialistas. Com isso, foi construído um panorama sobre a vida de animais de rua em 20 países, como Brasil, Austrália, Canadá, China e França.

O levantamento revelou que há 143 milhões de cães e 203 milhões de gatos vivendo nas ruas no mundo. No Brasil, 25% dos cães são considerados em situação de abandono, o que corresponde a 20,2 milhões de indivíduos, e cerca de 177 mil vivem em abrigos. Entre os gatos, o percentual é semelhante: 26% são abandonados, um número equivalente a 10 milhões de animais, e 7,4 mil estão abrigados em ONGs ou locais mantidos pelo poder público.

ABANDONO EM CANDELÁRIA

A situação em Candelária não difere do resto do país e do mundo. A ONG SOS Bichos, que tem como foco a causa animal, fez um desabafo sobre os problemas enfrentados. “É impossível fingir que dá pra seguir nesse ritmo sem sentir o peso. O abandono animal é uma ferida aberta na nossa sociedade. A culpa do animal estar na rua é de quem o abandonou. A ONG tenta, a Prefeitura tenta, mas nenhum abrigo do mundo vai dar conta se as pessoas continuarem se desfazendo de animais como se fossem objetos”, relatava parte da nota publicada em redes socias.

DESABAFO

Bruna Feistler, presidenta da SOS Bichos, diz que o desabafo foi uma tentativa para chamar atenção para a difícil realidade da causa animal. “Diariamente, enfrentamos novos casos de abandono de animais, tanto na cidade quanto no interior. Além de serem extremamente tristes, esses atos são crimes que precisam ser combatidos”, ressalta Bruna.

Ela ainda diz que é preciso urgentemente sensibilizar as pessoas para entenderem que os animais sentem medo, frio, fome — eles são seres vivos que não podem ser descartados como objetos. A responsabilidade por eles é de quem os adota e de quem não castra, permitindo que eles procriem sem controle.

A ONG faz o que pode para acolher todos os animais que estão na rua, mas é impossível devido aos custos envolvidos. Cada resgate envolve consultas veterinárias, vacinas, vermifugação e, depois, a necessidade de alguém que possa oferecer um lar temporário ou definitivo. “Sabemos que muitas pessoas acham os animais fofos e se emocionam com as histórias, mas nem sempre estão dispostas a abrir suas casas para acolhê-los. A SOS Bichos oferece todo o suporte necessário, mas precisamos da colaboração de todos para mudar essa realidade”, finaliza Bruna.

SAIBA MAIS

Segundo a pesquisa, 11% entre tutores de cães e 13% das pessoas que têm gatos consideram renunciar ao pet nos próximos 12 meses. Entre os motivos informados, os mais comuns são não estar mais apto fisicamente para tomar conta do animal (28%), mudança de residência (24%), falta de tempo (17%) ou por achar que os custos estão muito altos (16%)

COMO AJUDAR

FORMAS DE COLABORAR COM A ONG SOS BICHOS

>> Doação por Pix para o CNPJ da ONG

>> Cofrinhos espalhados pela cidade

>> Venda de cuias e canecas

>> Lar temporário

>> Adoção definitiva

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