Prainha decepciona quem quer veranear

Única área de lazer do município, o balneário carlos larger convive com problemas que se repetem ano a ano

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Em meio ao calor que atingiu o município na última semana, veranistas foram em peso aproveitar o Rio. Fotos: Fernando Cezar/JC

Com a chegada do verão e também da elevação das temperaturas, como registrado durante os últimos dias de 2019, a atenção se volta para o Balneário Carlos Larger, principal área de lazer pública do município, que ano após ano, sofre com a falta de investimento, limpeza e segurança por parte do poder público, que não dá devida atenção ao espaço.

Os problemas do local, que fica boa parte do ano sem os cuidados necessários, começam a aparecer e chamar a atenção da comunidade que frequenta o balneário. Nesta semana, o JC foi verificar as condições em que se apresenta, bem como de que modo estão os cuidados com a área que receberá milhares de veranistas durante a temporada.

ESTRUTURA
Logo na chegada, é possível sentir um forte mau cheiro, oriundo de um vazamento de esgoto logo em frente aos banheiros, o que chama bastante a atenção. Ao contrário do ano passado, quando foram encontrados pilhas de lixo pela área, ao caminhar pelo local, é possível perceber a boa limpeza que o balneário apresenta. As áreas onde ficam as churrasqueiras, mesas, bancos, inclusive a beira do rio, não apresentavam qualquer vestígio de sujeira ou lixo acumulado. A pintura das estruturas também foi feita.

Ambos os banheiros se encontravam abertos, porém apresentavam grande sujeira no interior, forte odor, e ainda boa parte dos equipamentos, como vasos, caixa de descargas e ralos, estavam quebrados em decorrência de atos de vandalismo. O vandalismo também é notório nas lixeiras da área. Algumas estão quebradas e outras retorcidas, dificultando o depósito dos resíduos dos visitantes e a coleta pelos responsáveis. De acordo com moradores da região, a iluminação está ruim, apenas dois postes estão funcionando e com luz fraca, que não consegue abranger toda a área.

Banheiros estão sujos e depredados
Lixeiras sofrem com falta de investimento e renovação

CUIDADOS
O responsável pelo controle e cuidados com o balneário da secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, Walter Fernando Auler, destaca que a manutenção da área tem sido a prioridade nesta temporada, por este motivo, a pasta destinou um funcionário da secretaria de Transportes, Obras Públicas e Trânsito para realizar a revitalização diária do local.
Há pelo menos três meses, o servidor faz a varredura, realiza a poda de árvores e plantas, executa roçadas em canteiros, pinta as estruturas e recolhe o lixo deixado pelos frequentadores.

O funcionário também realiza a limpeza e reparo dos banheiros. Ele controla também a disponibilidade dos sanitários. Durante todo o dia, os sanitários ficam disponíveis, e são fechados no período da noite, quando acaba o expediente do servidor para evitar o vandalismo e furtos recorrentes, que mesmo com o cuidado, acabam acontecendo. O restaurante também possui chave e permite o acesso dos frequentadores aos banheiros públicos fora deste período, e é quando ocorrem os problemas.

Conforme Auler, os banheiros também deveriam ser limpos e cuidados pela responsável do restaurante, mas como nos outros anos, este trabalho acaba sendo realizado pelos funcionários do executivo.

EXPLICAÇÃO
Sobre o esgoto que corre a céu aberto próximo da área dos banheiros públicos, o responsável pelo balneário afirma que é um problema que já vem acontecendo há algum tempo. De acordo com Auler, todas as casas que ali existem não tem rede de esgoto, e os rejeitos acabam indo para um poço negro, que não vence a demanda e acaba vazando. “Tínhamos um contrato com a Corsan, que contratava uma empresa terceirizada para cada mês fazer a limpeza do poço negro. O contrato acabou encerrando e agora emitimos ofícios para que a limpeza seja feita regularmente, até que um novo contrato seja feito”, explica Auler.

Veranistas são recepcionados por forte cheiro e esgoto a céu aberto logo na entrada do balneário

Restaurante gera reclamação de moradores e frequentadores do balneário

O problema que mais gera incômodo, preocupação e reclamação dos moradores que residem e frequentam o balneário, é o restaurante. O local regularmente promove festas privadas, comumente nas sextas-feiras, com direito à som alto e gritos, e muita algazarra como relatam os moradores.

Brigas já foram presenciadas, há denúncias também de que as áreas mais escuras do balneário são utilizadas como motel por casais que participam das festas, o que deixa um sentimento de insegurança por parte das pessoas que vivem por ali.

No dia em que o JC esteve no local, o restaurante esteva fechado, deixando de lado a possibilidade de obter lucro de quem estava na área. Uma das moradoras, Dorilda Heinze, de 67 anos, comenta que o local nem sempre foi assim, mas que agora está deixado de lado. “Antigamente as pessoas cuidavam melhor, estava sempre aberto e disponível, hoje não tem hora para abrir, as festas são constantes, o que deixa a gente triste com a situação e com sentimento de insegurança pelo que acontece ali”, ressalta.

Dorilda: “As festas são constantes e a insegurança fica maior a cada dia”

CONTRATO
O secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Jorge Mallmann, explica que o contrato com a atual ecônoma foi encerrado em dezembro, quando foi aberto novo processo licitatório, mas como não houve interessados, o contrato acabou estendido até a primeira quinzena de fevereiro. “Sabemos da reclamação dos moradores, já alertamos a pessoa responsável pelo restaurante sobre as festas, e estaremos com novo edital nos próximos dias para que novos interessados possam assumir o controle do estabelecimento”, salienta.

Em relação à abertura e horário de funcionamento, Auler destaca que o contrato não impõe horários, apenas tem a exigência de que ocorra uma limpeza ao redor do restaurante, e a responsabilidade pelo cuidado dos banheiros, além da exigência de estar com todos os documentos necessários em dia para não haver problemas maiores.

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