Câmara questiona lixo em área da prefeitura

Resíduos foram encontrados num terreno do município situado na Linha Boa Vista, nos fundos do condomínio leiteiro da Cosuel

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Área da prefeitura, que será usada para recolhimento de saibro, foi desmatada e estaria recebendo descarte irregular de lixo. Foto: Fernando Cezar/JC

Há uma semana, o Jornal de Candelária noticiava a premiação de Gestor Público 2019 para um projeto que tem chamado a atenção dos moradores e de quem visita o município regularmente: o Ambienta Candelária, iniciativa criada em junho deste ano e que introduziu a coleta seletiva, ecopontos para descarte de resíduos recicláveis, entre outras ações.

Apesar do reconhecimento a nível estadual, uma situação nada agradável de um aterro de lixo irregular foi apresentada por alguns vereadores na última sessão da Câmara, realizada na segunda-feira (11). O controverso tema chegou até os parlamentares através de denúncias de moradores que residem próximo ao local onde o lixo irregular está sendo depositado, e provocou críticas à atuação do projeto Ambienta Candelária. Mas o que desperta mais atenção é que o terreno, com cerca de 10 hectares, usado para o descarte irregular, pertence à prefeitura, e está situada na Linha Boa Vista, próximo à Cosuel e ao arroio Laranjeiras.

O JC foi conferir a denúncia e o que encontrou era pior do que se havia comentado. Logo no início da estrada, já foi possível visualizar o lixo seco espalhado e aparente no barranco da via, muito dele já misturado com o solo e enterrado. Foram encontradas garrafas pet, pedaços de vidros, latas de refrigerante e café, além de plásticos, baldes quebrados e até um chinelo de pelúcia, tudo isso há poucos metros do arroio Laranjeiras.

Lixo encontrado continha latas, plástico e até pedaços de vidro. Fotos: Fernando Cezar/JC
Até um chinelo foi encontrado em meio aos resíduos

Mais adiante pela mesma estrada, outro cenário, desta vez provocada por um único funcionário da prefeitura que trabalhava em sua máquina: a abertura de uma nova passagem e uma área grande de retirada de árvores, terra e mais materiais da natureza. As árvores, inclusive, estavam todas cortadas em metro, como se fossem ser comercializadas.

“ESTÁ TUDO DE ACORDO”

O diretor do Departamento de Meio Ambiente (Dema), Albino Gewehr, declarou que todo o trabalho que vem sendo realizado na área alvo de denúncias está licenciado pela município, de acordo com a legislação estadual e federal, e que o local deverá ser usado como retirada de saibro e futuro depósito de podas  de árvores. “Está tudo de acordo. Há um funcionário da prefeitura autorizado lá para fazer a retirada de terra de um espaço de cerca de um hectare da área, o qual vai ser utilizado posteriormente para retirada de saibro que será usado nas ruas que receberão pavimentação, como a Intendente Albino Lenz, e mais adiante para o depósito de galhos de podas que vierem a ocorrer no município”, explica. No local, segundo Gewehr, ainda devem ser feitos taludes com terra e a colocação de uma cerca de delimitação da área.

Sobre as árvores cortadas, o diretor explica que tudo faz parte de uma parceria com os agricultores responsáveis pela limpeza da área, os quais também plantam no local. “É uma contrapartida, eles estão autorizados a fazer o serviço de limpeza da área, o que inclui o corte de mudas de eucalipto para consumo próprio, que após o corte, podem fazer o que bem entendem. Até a prefeitura já realizou a retirada de algumas árvores maiores para reaproveitamento em construções de pontes no interior”, salienta.

Segundo o diretor do Dema, o desmatamento de árvores nativas também tem ocorrido para abrir espaço ao novo depósito. Estas, porém, são feitas pela própria prefeitura e não são reutilizadas em outros locais ou por agricultores, mas colocadas como uma primeira camada antes do saibro para que voltem a crescer.

O LIXO

>>A colocação de resíduos no terreno da prefeitura – que posteriormente será usado de depósito de podas de árvores – não são de conhecimento do diretor do Dema, que prometeu verificar a situação. “Até esses dias fomos lá e não vimos qualquer tipo de lixo. Mas tudo indica que algum morador possa ter colocado o lixo lá, mas se for o poder público, vamos verificar e abrir sindicância para investigar a situação”, afirma.

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