
A Unidade Central de Controle Interno (UCCI) foi acionada pelo prefeito Paulo Butzge (PSB) no fim do mês passado. O motivo foi uma denúncia sobre o suposto comparecimento constante do ex-servidor da Câmara de Vereadores, Carlos Lindemann, no gabinete do vereador Marco Antônio Larger (Progressistas). O ex-funcionário estaria utilizando equipamentos do Legislativo para reunir informações e auxiliar o parlamentar na formulação de denúncias contra o chefe do Executivo.
A partir da denúncia, a equipe da UCCI foi até a Câmara de Vereadores protocolar um ofício e, na oportunidade, constatou que Lindemann estava, de fato, no local informado pelo prefeito. Por isso, encaminhou ao presidente do Poder Legislativo, Gésimo Daniel Bernardy, uma solicitação de esclarecimentos sobre a utilização de equipamentos públicos por pessoas não pertencentes ao quadro de servidores da Câmara e o motivo de o vereador ter adotado ou permitido tal procedimento.
Em resposta, Bernardy escreveu que não costuma ficar monitorando as pessoas que circulam pelos gabinetes dos vereadores. Contudo, informou ter questionado Larger sobre a situação. “Obtive a resposta de que o ex-servidor compareceu à casa legislativa em diferentes oportunidades, mas que nunca utilizou o equipamento público, tampouco auxiliou a formular denúncias contra o chefe do Poder Executivo”, detalhou.
RELAÇÃO DIFÍCIL
De acordo com Butzge, a relação com o vereador Marco Antônio Larger está muito difícil. No entanto, ele diz ter formulado a denúncia à UCCI porque recebeu inúmeras pessoas em seu gabinete, levando a mesma informação: Larger colocou alguém dentro do próprio gabinete para formular denúncias contra o governo. “Era uma coisa que já estava todo mundo sabendo”, garantiu. Então, ele pediu que fosse averiguada a situação, colhidas provas e tomadas as devidas providências. “Ele (o vereador) está preocupado em fazer denúncias contra mim, mas não olha para si mesmo”, disparou o prefeito.
Mesmo sendo alvo de denúncias constantes de Larger, durante pronunciamentos na Câmara de Vereadores, Butzge afirma que a queixa à UCCI não tem caráter de revanche. O intuito dele foi somente esclarecer as coisas e acalmar as pessoas que estavam se sentindo lesadas com o comportamento do vereador. “Uma pessoa que não é servidor não pode ter acesso a dados internos. O que é aberto ao público, está no Portal da Transparência e qualquer um pode acessar do sofá de casa”, disse.
“Ele não manda em mim”
O vereador Marco Antônio Larger (Progressistas) diz ter estranhado a denúncia do prefeito Paulo Butzge junto à Unidade Central de Controle Interno (UCCI). Segundo ele, é natural que um vereador receba pessoas em seu gabinete. “E elas sentam na cadeira que quiserem, é questão de educação”, argumentou. Outro ponto destacado por Larger é que ele está sempre em busca de informações sobre a gestão de Butzge, porque é de interesse público. “Quando eu não entendo alguma coisa, busco ajuda, mas isso não significa que alguém estivesse formulando as denúncias que fiz contra o governo”, pontuou.
Para Larger, o comportamento do prefeito é uma espécie de revanche pela postura combativa que o vereador tem adotado. Mesmo assim, ele afirma não ter medo do chefe do Executivo. “Ele não manda em mim. Não vai ser ele quem vai dizer o que posso fazer ou quem posso receber no meu gabinete”, disparou, afirmando que vai continuar fazendo o trabalho que acredita e cobrando uma gestão mais eficaz de Butzge.