Jovem, cuidado com a ‘boleta’! – por Sérgio Almeida

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Todos nós que somos pais, de alguma maneira, morremos com o ex-vereador cachoeirense Marcelo do Noêmia, esfaqueado pelo próprio filho que havia fumado maconha e consumido crack. Uma história que se repete na casa de milhares de brasileiros que sofrem por ter algum familiar usuário de drogas.

No momento em que escrevo esse texto, estou numa cidade na serra gaúcha, e o que se comenta por aqui é a respeito do jovem que, “chapado”, jogou gasolina na namorada e tentou colocar fogo no corpo. A garota foi salva graças aos funcionários de uma escola próxima que ouviram os gritos desesperados da moça e ligaram para polícia. O rapaz, após prestar depoimento e ser liberado, foi para casa, quebrou o portão, a janela, arrombou a porta e com um facão tentou matar os pais que se trancaram no banheiro e gritaram por socorro. Ele foi recolhido ao presídio onde está aguardando julgamento.

A droga é um fio de pólvora da lascívia que tem se alastrado pelas ruas e praças e que pode levar a moçada imatura a uma viagem sem volta, onde, muitas vezes, a morte pede carona. Entretanto, tudo o que ela pode oferecer é um espírito morto e abarrotado de carência afetiva.

No meu tempo de guri, o viciado – na época apelidado de “boletero” – era objeto de vergonha para si mesmo. Hoje é normal ver até gente famosa falando abertamente sobre drogas na TV.

Lembro-me bem que, no terceiro semestre do curso de Administração na UFSM, quando eu morava na Pensão da dona Jovita, no centro de Santa Maria, e tinha três colegas de quarto, logo de cara, me dei conta que dois fumavam maconha e, como se não bastasse, passavam o tempo todo ouvindo a música “Mosca na sopa” do Raul Seixas: “Eu sou a mosca que pousou em sua sopa”. Você acha que eles me ofereceram a erva? Claro que sim! Mas você acha que eu experimentei? Claro que não! Eu levava gravado em meu coração as palavras amorosas do meu pai: “Filho, cuidado com a ‘boleta’, a melhor viagem é a vida!”.

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