Há muito tempo, o potencial de Candelária na área da paleontologia é destacado a nível mundial. Essa é justificadamente uma das principais riquezas do município, dada a histórica quantidade de fósseis encontrados no território. Paralelamente, no entanto, existe um consenso de que a população ainda não se conscientiza, tampouco, se aproveita de forma mais efetiva dessa referência.
A partir desse pensamento e com o propósito de construir avanços em favor desse patrimônio, foi criada há algumas semanas uma comissão. Essa recebeu a denominação informal de Comissão do Patrimônio Cultural de Candelária. É formada por Carlos Rodrigues e Belarmino Steffanello, integrantes do Museu Aristides Carlos Rodrigues, pelos secretários de Cultura e Assistência Social, Jorge Mallmann e Marta Emmel, representantes do Executivo Municipal, pelo vice-presidente da Associação de Comércio e Indústria de Candelária (Acic), Flávio Karnopp, e pelo coordenador de projetos dos espaços de saúde e bem-estar do Sesi, Rafael Siqueira Oliveira.
Uma das ideias ventiladas e já efetivadas nas primeiras reuniões da comissão foi a padronização dos seminários de paleontologia realizados em Candelária, que passarão a ter a mesma identificação. Neste sentido, será realizada no dia 13 de novembro a primeira edição do Candepaleo – A paleontologia de Candelária em destaque. Com entrada franca, o evento acontecerá no auditório da Acic, a partir das 19h30.
Programação diversificada
Durante o Candepaleo será apresentado o diorama “A Evolução dos Cinodontes Triássicos de Candelária”. Palestras em torno do tema “Candelária, Terra dos Cinodontes e sua importância na origem dos mamíferos” serão ministradas pelo paleontologista Agustin Martinelli, do Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia e professores do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Marina Bento Soares e Cesar Schultz. Outras atividades devem ser promovidas, adianta o curador do museu, Carlos Rodrigues.
“A criação da Candepaleo vai oportunizar o encaixe das atividades do museu que há muito tempo ocorriam de forma isolada. Além disso, a realização tratará de uma situação ímpar, que é a existência de uma enorme quantidade de fósseis de cinodontes na área do município”, ressaltou Rodrigues. Esses animais pertencem à linha de evolução dos mamíferos. Em Candelária, já foram encontradas 13 espécies do dinossauro. Esses registros oferecem alicerce para a realização de um trabalho de conhecimento das transformações ocorridas na natureza.
Ele enfatizou que a realização tratará de uma situação ímpar, “a existência de uma quantidade enorme de animais em um mesmo território que pertencem à linha evolutiva dos mamíferos, os cinodontes.” Neste sentido, o curador do Museu Municipal explica que nas três camadas que afloram em Candelária, 13 espécies de cinodontes já foram encontrados, circunstância que oferece base a um trabalho de vulto no conhecimento das transformações ocorridas na natureza, contribuindo para uma melhor compreensão dos mamíferos. Ao final do Candepaleo, novas réplicas serão conhecidas e integradas ao acervo do museu.
A promoção é do Museu Aristides Carlos Rodrigues em parceria com a Prefeitura de Candelária, com apoio do Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia, UFRGS, Acic e da Malha de Proteção ao Patrimônio Cultural.