
Os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Guia Lopes têm novos representantes desde o início deste mês. Trata-se do Grêmio Estudantil, eleito no último dia 2. A eleição foi disputada por duas chapas. A vencedora, “Unidos para o bem”, conquistou 278 votos enquanto a outra chapa, Geração Consciente, foi escolhida por 199 estudantes. Houve um voto nulo.
A equipe é composta por cerca de 20 alunos de diversos níveis. Para eles, terem sido escolhidos é algo muito importante no contexto escolar, principalmente por terem a oportunidade de sugerir ideias e necessidades novas ao grupo docente. “Estamos representando os alunos e ainda tendo um aprendizado sobre liderança e responsabilidade”, disse a presidente da chapa eleita, Fernanda Ferreira.
Desde o dia da eleição, já houve bastante procura dos demais alunos para sugerir melhorias e inovações. “Os pedidos têm sido principalmente para eventos esportivos e reativação da rádio estudantil”, contou Fernanda. É claro que a experiência com o Grêmio Estudantil também serve para interagir com colegas e se divertir. “A parte mais legal é a união que proporciona”, disse.
O retorno que estão tendo dos demais faz com que a equipe do Grêmio perceba que estão conquistando a confiança de todos os alunos. “Todo mundo tem que ser representado. O professor é autoridade em sala de aula, mas todos nós fazemos parte da escola”, afirmou a tesoureira geral, Júlia Corrêa. Ao analisarem a composição da chapa, enxergam uma equipe plural, responsável, unida e inteligente.
PROJETOS
O primeiro projeto do novo Grêmio Estudantil é adquirir uma rede de proteção, para ser instalada ao redor da quadra de esportes da escola. A motivação é possibilitar aos alunos que gostam de jogar bola no recreio o divertimento, sem o risco de machucar ninguém que esteja fora da brincadeira. “Estamos pensando na possibilidade de fazer rifas e também incentivar a colaboração espontânea”, explicou a tesoureira geral, Júlia Corrêa.
Outro projeto que tem destaque e prioridade para os alunos, é a criação de um grupo de apoio. A ideia é disponibilizar tempo, espaço e profissionais para aqueles que estiverem enfrentando problemas psicológicos ou algum tipo de abuso, como o bullying. “O nome da nossa chapa foi escolhido pensando justamente em ajudar quem precisa”, esclareceu Júlia. Duas psicólogas já se voluntariaram para o projeto.
Ao longo do ano ainda devem acontecer interséries, gincanas e palestras. Além disso, o Grêmio Estudantil do Guia Lopes pretende firmar parcerias com grêmios de outras escolas para realização de ações mais abrangentes e que possam beneficiar entidades candelarienses.
IDEIA VEM DESDE O ANO PASSADO
Foi ainda em 2018 que a ideia de reviver o Grêmio Estudantil começou a rondar a chapa eleita. No entanto, o fato de estarem, em sua maioria, iniciando o Ensino Médio fez com declinassem do objetivo. “Este ano percebemos que era a hora”, comentou a presidente do Grêmio, Fernanda Ferreira.
O mandato desta chapa tem duração de um ano. Ao final, precisam organizar uma nova eleição. Eles não têm pretensão de buscar uma reeleição. No entanto, vão tentar formar uma nova diretoria ao longo deste ano, para que possa haver continuidade das ideias e projetos implantados.
REPRESENTAM UMA GERAÇÃO
Para a diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Guia Lopes, Ana Luísa Brandt, é importante a atuação efetiva do Grêmio Estudantil, pois é uma maneira de os alunos se sentirem representados e terem voz ativa. “A escola também é deles”, definiu. Segundo a diretora, foi possível perceber um grande envolvimento desde as eleições, principalmente por conta das propostas apresentadas.
Ana Luísa se diz emocionada ao perceber a visão que a equipe tem do que é a escola. “Eles são muito pés no chão, apresentam propostas conscientes, tanto das necessidades quanto das limitações”, disse. Ela destacou as atitudes positivas e autônomas, que buscam melhorar ainda mais a qualidade da escola. “Eles só pedem nossa orientação, uma indicação de caminho, para deixar o legado deles mesmos”, comentou.
Segundo Ana Luísa, o novo Grêmio Estudantil representa uma geração diferente, mais engajada. “É uma experiência de vida, determinante para a formação deles enquanto cidadãos”, finalizou.